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LINGUAGEM E EDUCAÇÃO



Hoje ao voltar no eixo 7, ao reler o texto de Maria Isabel Dalla Zen e lole Faviero Trindade, A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais, percebo o quanto a forma com que nos expressamos através da fala ou da escrita se difere.

Percebemos a existência de uma variedade enorme de formas e estruturas de comunicação, usando a linguagem escrita e oral, pois dependendo do meio em que estamos, a exigência será distinta. Se estamos lendo uma história infantil, faz-se necessário que tenhamos um tipo de leitura e entonação; se estamos escrevendo um artigo, exige-se um tipo de escrita formal e acadêmica, diferente da forma abreviada e rica em imagens que usamos para nos comunicar/escrever no MSN, por exemplo. Se estamos diante de uma pessoa idônea, obrigatoriamente, teremos de nos referirmos a ela com seriedade, diferente da forma que nos dirigimos a um amigo.

Assim, podemos dizer que para cada situação lançamos mão de um tipo de discurso e de uma estratégia apropriada e diferenciada entre si. E esta prerrogativa vale para a leitura, o diálogo e a escrita. Com isto penso que, nós educadores, devemos mudar a concepção de como vemos o “erro” línguistico, e adotarmos uma nova forma de avaliar estas múltiplas formas de comunicação, e pensarmos que o uso destas variações na linguagem, não deve estar atrelada a concepção de certo e errado, mas de um sentido de adequado ou não ao contexto dentro de uma determinada sociedade e cultura, sob pena, de ficarmos excluídos das inúmeras formas de interação e comunicação, síncronas e assíncronas, dos novos tempos.

E em tempos de TCC vale ressaltar que a exigência de uma escrita acadêmica se faz estritamente necessária, pois estamos apresentando uma pesquisa, algo que realizamos e que encontramos ressonância com autores renomados. Logo, a linguagem expressa deve ser objetiva e formal, com conotação mais técnica, para dar o sentido que demonstre seriedade e fidedignidade as colocações feitas.

AINDA SOBRE GESTÃO...

Quando ao volta a interdisciplina de Organização e Gestão Educacional, encontrei no texto “O DIREITO À EDUCAÇÃO: Um campo de atuação do gestor educacional na escola, de Carlos Roberto Jamil Cury, uma harmonia com as ideias de Fullan & Hargreaves, os quais usei como aporte teórico em meu TCC.

Cury, coloca na figura do gestor a responsabilidade de liderar seu corpo docente ruma a concretização do Projeto Político Pedagógico, dentro de uma perspectiva de garantia de um padrão de qualidade a qual deve estar impregnada a educação. Com isto ressalta que esta tão falada qualidade passa por princípios fundamentados na gestão democrática na escola, devendo estar pautada no diálogo e na participação de toda comunidade escolar.

Segundo Fullan & Hargreaves (2000), os professores e diretores são personagens decisivos no processo de mudança da profissão de educador. Coloca que estes são responsáveis por uma maior qualidade na educação, uma vez que são sujeitos capazes de impulsionar mudança e transformar o espaço escolar. É certo que isto não isenta a responsabilidade de outros sujeitos envolvidos, como os políticos, administradores do sistema, membros da comunidade, entre outros. Para isto, destacam a necessidade da escolar estar mais aberta e flexível, e que venha a desenvolver uma cultura mais humana e paritária, onde todos sejam co-responsáveis pela escola.

Para estes, hoje não é comum encontrar escolas que são possíveis chamá-las de “organizações aprendentes”, locais que primam pela realização e interesses para alunos e professores, mas ressaltam que diretores e professores podem mudar esta situação. Com uma postura renovada de liderança positiva, educadores e dirigentes podem demarcar um novo perfil institucional, e com isto transformar este espaço em lugar de aprendizagens e desenvolvimento para todos (professores, alunos, funcionários, direção, entre outros). A escola passaria a constituir-se em um local onde o coletivo se sobreponha ao individualismo, desenvolvendo com isto, o que chamou de “profissionalismo interativo”, que se caracteriza por professores em grupo desenvolvendo uma atitude colaborativa e cooperativa, de auxílio, comprometidos com o aperfeiçoamento da escola, dentro de uma cultura de diálogo, troca e avaliação constante.

Este é sem dúvida o propósito ao qual queremos alcançar dentro de nossas escolas... Onde a escola seja um espaço onde o prazer de ensinar e de aprender esteja presente em todos os momentos e em todas as relações...

GESTÃO DEMOCRÁTICA

Ao voltar a interdisciplina de Organização e Gestão da educação no que se refere aos profissionais da educação e o domínio administrativo que as escolas passaram a ter com a descentralização financeira, vemos que houve um significativo avanço, pois podemos ver em muitas redes de ensino, escolas gerenciando, elas mesmas, os recursos de verbas destinadas a qualificação da educação. Com isto vemos que foram ampliada as responsabilidades e atividades das escolas, uma vez que passaram a gerenciar as questões financeiras, conquistando autonomia institucional quanto a este quesito.

Percebe-se que a descentralização financeira representa para a escola maior flexibilidade na gestão, refletindo positivamente no trabalho pedagógico desenvolvido. Além deste aspecto podemos ressaltar uma mudança significativa na forma de gestão que se estabelece a partir desta política, pois com ela abriu-se também um maior espaço para a participação de pais, alunos, funcionários e educadores nas decisões da escola. Este movimento de democratização que vem ganhando espaço no interior das escolas é que destaco como ponto principal para uma mudança na cultura escolar. Acredito que somente com a participação de todos seja possível transformar a triste realidade de social que estamos assistindo hoje, e a escola tem um grande papel nesta mudança, o de garantir uma formação pautada numa educação libertadora e emancipatória, que garanta a constituição de um sujeito livre, crítico e autônomo, capaz de agir e criar uma nova sociedade mais humana, fraterna e igualitária.

Este é ao meu ver o legado da escola, e do professor, e pelo qual trabalho incansavelmente para acontecer !!!

A todos os profissionais da educação minha admiração e carinho pela passagem do “Dia dos Professores”...

Ser Professor é...

Ser Professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...

Ser Professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias é única e original...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e , diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser Professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor re cuidado...

Ser Professor é ter a capacidade de “sair de cena, sem sair do espetáculo”...

Ser Professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

PARABÉNS PELO DIA PROFESSOR!!!


POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO, ELAS EXISTEM?

Escrevendo meu TCC deparei-me com algumas questões:

Existem políticas públicas capazes de dar conta da inclusão tecnológica nas escolas públicas?

A esta pergunta diria, a grosso modo, um sono NÃÃÃÃOOOOO!!!

Mas ao pesquisar sobre o assunto descobri algo que me deixou surpresa e incomodada...

Vi que existe um grande número de projetos e programas que tem como objetivo levar a tecnologia não só para dentro das escolas, mas para dentro das comunidades. É um democratizar o acesso a informação e ao conhecimento utilizando para isto a tecnologia... Só que de fato isto NÃO ACONTECE!!!!

Hoje o que vemos é que estas políticas públicas são superficiais, e não atendem a maioria das escolas... Uma pequena partes são contempladas, e a grande maioria conta com a benevolência de empresas, ONGs, parceiros, enfim, da sociedade civil que apóiam as escolas, já que o Estado não consegue atendê-la, e não a tem como prioridade...

E foi com esta reflexão que voltei ao eixo V, na interdisciplina de Organização e Gestão da educação e encontrei o texto de Peroni, POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE REDEFINIÇÃO DO PAPEL DO ESTADO, que nos aponta que em função da crise do capitalismo, hoje apesar de termos alguns avanços, entre eles, a garantia do “direito à educação, como parte dos direitos sociais, pela democratização da sociedade e a gestão democrática da educação”, vemos que estes direitos se configuram em uma conquista, mas de fato existe uma dificuldade imensa de implementá-los. Visto que muitos só se dão no papel...

Outra questão é quanto à qualidade na educação vemos uma inversão de valores e propósitos, pois o Estado ao invés de construir políticas públicas que garantam a qualificação da educação no País, e aqui entendemos como investimentos, valorização do magistério, estruturação de escolas..., tenta induzir a qualidade a partir de uma avaliação institucional!!! Numa tentativa de encontrar culpados pelo fracasso escolar, colocando nas costas do professor e da escola o peso desta alegação, e em contra partida se exime da responsabilidade enquanto órgão mantenedor do sistema público de ensino.

Segundo Peroni para mudar esta premissa é preciso haver participação, ou seja, “Muito a sociedade lutou para garantir a gestão democrática como princípio constitucional, mas implanta-la é um longo processo que requer diálogo e participação coletiva de todos os envolvidos: pais, alunos, professores, direção colegiada, enfim, a sociedade como um todo, já que os rumos da educação transcendem a um governo, são decisões de Estado, em todas as suas instâncias – escola, conselhos de educação, secretarias municipais e estaduais, Ministério da Educação”.

Portanto, devemos lutar para que os rumos da educação passem pela via dos seus principais atores, a própria sociedade, e não ser regulada por interesses políticos ou particulares na busca de fazer da escola fonte de alienação, acomodação e perpetuação de poder.