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O PRESENTE



Pensar no seu final, para mim, tem gosto de saudades... Sim, porque ao terminá-lo deixei para trás uma convivência amorosa, onde estreitos laços afetivos foram construídos.
Por certo aquelas crianças não sabem o quanto foram importantes em minha trajetória, em minha formação, agora quase uma pedagoga. Elas foram responsáveis por muitas aprendizagens, e por um crescimento profissional que mudou o meu fazer. Conclui este estágio com a plena convicção de que aprendi muito mais do que ensinei! Foram momentos de muitos encantamentos e aprendizagens; onde o prazer de aprender coloriu os caminhos da construção de meus conhecimentos.

Este foi o maior presente que poderia receber!!!!

Obrigada a todos que contribuíram, por mais esta conquista...

RELAÇÃO AMOROSA


Outra vivência de muita emoção que se fez presente na última semana de estágio, foi a sexta-feira.

No início da semana, combinamos o que faríamos todos os dias, e desde então fui preparando as crianças para a minha saída. Neste dia combinamos uma grande festa a fantasia. Queria que fosse um momento para ser lembrado com alegria, tanto para mim quanto para as crianças. Então o planejamento foi todo especial, pois pensei nele com o maior carinho. Queria que fizessem as atividades que mais gostavam, que eram: brincar, fantasia-se, pintar-se (maquiagem e tatuagem), comer (nega maluca, negrinho, bolacha recheada e salgadinhos, claro que regada a muito chá de cidreira) e brincar na área coberta. Queria que fosse só alegria. Mas é claro, não foi possível conter a triste de ter chegado ao fim uma convivência que foi muito intensa e prazerosa. No final do dia fizemos uma avaliação, coletiva, deste período, e vimos o quanto foi bom ter compartilhado aqueles momentos juntos... Pois vivemos, nestes dois meses, muitos momentos de alegria, de brincadeira, de troca, de discussão, de aprendizagens... Que constituíram doces laços afetivos e que logicamente irão deixar saudades.

E nesta relação entre sujeitos é que Maturana (1998), vem nos falar, dos tipos de relações sociais que estabelecemos em nossa convivências, e que depende das diferentes emoções envolvidas, ou seja,

“(...) na medida em que diferentes emoções constituem domínios de ações distintas, haverá diferentes tipos de relações humanas dependendo da emoção que as sustente, e será necessário observar as emoções para distinguir os diferentes tipos de relações humanas, já que estas as definem”(p: 68).

E foi assim, um dia marcado pela emoção, carinho e surpresa, pois as crianças sabem como ninguém, demonstrar e retribuir todo seu amor por aqueles que as amam.

A MÚSICA


A última semana de estágio girou por volta do “filme” que chamamoshttp://www.blogger.com/ de: “A floresta em movimento”, e das emoções geradas por ele e pelo final do estágio.

Foram realizados ensaios e todos estavam ansiosos para que chegasse o grande dia. O dia da filmagem, que a meu ver seria especial, perfeito.

Mas diferente do que pensava, um dos momentos mais lindos da semana se deu no decorrer do ensaio final da representação, e não na gravação propriamente. As crianças dispostas em suas posições, foi colocada uma música de som de pássaros e instrumental, que emanava o som da natureza. Esta serviu para coloca-los “dentro” da mata, ou seja, verdadeiramente vestir seus personagens. A partir dos primeiros acordes da música, algo mudou nas crianças. Elas se centraram, e a cena fluiu, com a naturalidade de quem estava afinado com a cena. Algumas pessoas estavam assistindo ao ensaio, e percebia-se a emoção nos presentes (tanto dos adultos, quanto das crianças). Tudo estava lindo! Percebi o quanto as vezes subestimamos os sentimentos e a sensibilidade das crianças. Elas foram visivelmente tocadas por aquela música, e não foi preciso dirigir a cena, elas mesmas compreenderam o tempo e o espaço a ser vivenciado.

Nogueira (2004), nos aponta a importância da música no desenvolvimento da crianças, quando diz que a música:

“(...) possibilita uma diversidade de estímulos, ela, por seu caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral, aumentam as atividades dos neurônios e as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem (apud OSTRANDER e SCHOEDER, 1978)”.
http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/infancia/G_musica.html

Não havia me dado conta disto, da música como instrumento de favorecimento da aprendizagem, mas pude perceber o quando a música exerce um poder nas pessoas. Então porque não usar a nosso favor?
Além é claro de irmos refinando o gosto musical de nossos alunos!!!

INCLUSÃO TECNOLÓGICA EM QUESTÃO


Esta semana, inclui em meu planejamento uma hora do conto: “Bom dia todas as cores”, utilizando para tanto uma tecnologia desconhecida para meus alunos. O data show, e um pen drive.

A aula teve um tom especial por conta da novidade. Foram muitas perguntas, curiosidades e encantamentos. Depois de conhecerem as funcionalidades deste instrumentos e explorar as inúmeras possibilidades de criação de imagens, utilizando a luz e a sombra das mãos, passei a contar a história num ppt. Tudo era mágico, pois estavam quase que “dentro” da história, e isto fez com que o imaginário das crianças fosse tocado. Ao entrar na história passaram a imaginar outras possibilidades de acontecimentos, e outras possibilidades de resoluções de problemas. Como por exemplo, o camaleão usar uma cor a cada dia, ou ainda, ficar com várias cores ao mesmo tempo, entre outras. Ao utilizar esta história tinha a intenção de mostrar as crianças a necessidade de sermos fieis a nossa vontade e opinião, e que esta deve ser respeitada por nossos amigos, uma vez que como a própria história diz: “não podemos agradar aos outros se não agradarmos a nós mesmos”. E o uso da tecnologia serviu não apenas de recurso, mas FONTE DE CONHECIMENTO E INCLUSÃO.

De acordo com Moran, existe um longo caminho que a educação brasileira tem e deve trilhar, pois uma educação de qualidade deve integrar as diferentes dimensões humanas e não apenas a dimensão da informação, e vai além, quando diz que a educação escolar deve compreender e incorporar mais as novas linguagens, e para isto deve educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias que facilitem a evolução dos sujeitos.

“A sociedade precisa ter como projeto político a procura de formas de diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso a informação. As escolas públicas e as comunidades carentes precisam ter este acesso garantido para não ficarem condenadas a segregação definitiva, ao analfabetismo tecnológico, ao ensino de quinta classe”. (Moran, 2007: 51)

Assim, entendo que a renovação e o uso das tecnologias na escola se fazem urgente, pois é preciso que a escola se modernize e passe a refletir dentro do espaço escolar a realidade de seu tempo. Democratizar o acesso a novas tecnologias passa a fazer parte de seu objetivo, pois enquanto formadora, precisa estar conectada a seu tempo, ao mundo e as novas tendências. A Escola precisa e deve se transformar em um pólo cultural, social e tecnológico, para que de fato venha a ser um espaço de constituição de cidadania, justiça e equidade social.