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REFLEXÃO SÍNTESE


Neste semestre(7º/2009), como de costume, a proposta do portfólio de aprendizagens foi de analisarmos nossos próprios conhecimentos sobre os diversos conteúdos que tivemos,nas diferentes interdisciplinas.

Ao parar para pensar , percebo que viemos sendo convidadas a faz uma metacognição de nossas próprias aprendizagens a cada final de semestre. O que a grosso modo, penso que seja, apresentar/demonstrar/expor, o conhecimento sobre nosso próprio conhecimento, exigindo, assim, que tenhamos uma postura nitidamente reflexiva e consciente, e com isto, ao colocarmos nossas aprendizagens e reflexões,exigindo um dar-se conta, uma tomada de consciência, uma tomada de posição. Em suma, dizemos, em outras palavras... "isto eu sei, este conhecimento eu construi".

Assim, explicitamente estamos colocando nossas competências frente a realização da tarefa, e mais, estamos avaliando o que foi construído. É realmente um momento de feedback, muitas vezes ao dar esta "parada" nos damos conta do quanto aprendemos e quanto isto vem mudando nosso fazer, nossas vidas.

Só agora me dou conta disto!!!!

Trago aqui um conceito de metacognição que achei de fácil compreenção e que representa o que me referi anteriormente na prática.

"A metacognição diz respeito, entre outras coisas, ao conhecimento do próprio
conhecimento, à avaliação, à regulação e à organização dos
próprios processos cognitivos. De acordo com Weinert
(1987), as metacognições podem ser consideradas cognições
de segunda ordem: pensamentos sobre pensamentos,
conhecimentos sobre conhecimentos, reflexões sobre ações".(http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n1/16802.pdf)

E é isso...É este refletir, repensar e reavaliar, que faz com que tenhamos consciência de nosso próprio processo de aprendizagem, nos dando conta do que fomos capazes de construir, a partir do que já havia sido assimilado, e que gerou novos conhecimento!!!

E MAIS PRÊMIOS....

O Projeto "O Nascimento de uma Agrofloresta Encantada no Mundo das fadas", também foi o mais votado na Mostra Científica de Trabalhos Escolares de Cachoeirinha, na categoria Educação Infantil....

A premiação não está decidida, mas o reconhecimento NÃO TEM PREÇO!!!!

Obrigada a todos que acreditaram neste projeto!!!!

PROJETO VENCEDOR!!!!


Nossa..... hoje tivemos uma surpresa e tanto...Nossa escola ganhou o 1º LUGAR no PROJETO VALORIZANDO A AGENDA 21 ESCOLAR, incentivado pela Empresa Souza Cruz!!!!!

Nosso projeto vencedor "O Nascimento de uma Agrofloresta Encantada no Mundo das Fadas", tem seu foco principal a sustentabilidade ambiental e a mudança de atitude como forma de tranformação da realidade.

O Prêmio promovido pela empresa Souza Cruz, é um projeto de repaginamento do pátio da escola, um livro sobre a Mata Atlântica e um kit ferramentas.

Toda nossa comunidade está comemorando este feito, pois este projeto é e foi construído por várias mãos.....
VALEU EMEI FADA MADRINHA!!!!!

*UM PROJETO SOBRE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL*

Durante todo este ano, coordenei na EMEI Fada Madrinha um projeto de Sustentabilidade Ambiental. Hoje vendo que já se passaram 8 meses vimos que foram momento de grandes aprendizagens para todo: alunos, pais, educadores, funcionários e comunidade.
Porque? Por que foi um Projeto construído por várias mãos, e que por isso está tendo uma ótima repercussão.... Também participamos com o mesmo no Concurso da AGENDA 21 ESCOLAR- Patrocinado pela Empresa Souza Cruz, e nos dias 3, 4, e 5 de dezembro, estaremos apresentando na Mostra Científica de trabalhos de Cachoeirinha.
O Projeto é:
"O NASCIMENTO DE UMA AGROFLORESTA ENCANTADA NO MUNDO DAS FADAS", e contou com a parceria de nossa comunidade, Secretaria do Meio Ambiente e SMED.

Este projeto mostra claramente as várias possibilidades de trabalharmos um tema tão atual, premente e complexo,que é a SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, com crianças bem pequenas, e os resultados são surpreendentes.



CONHEÇA O PRJETO:

INTRODUÇÃO:

A EMEI Fada Madrinha, situa-se no Bairro Jardim Betânia, e atende atualmente 110 alunos na faixa etária de 1 ano e meio a 5 anos e meio, oriundo de famílias de baixa renda.
A Escola tem em sua proposta pedagógica o compromisso de trabalhar sua comunidade escolar para uma educação ambiental, dentro dos princípios da cidadania e da sustentabilidade ambiental. Com isto, desde 2007 vem desenvolvendo projetos voltados para despertar a consciência de todos, de que precisamos preservar o meio ambiente se quisermos ter vida futura. Mas mais do que difundir informações, este projeto visa sensibilizar e despertar a consciência daqueles que acreditam que apenas grandes ações resolverão os problemas gerados pelo homem na natureza, em nome do progresso.
Em 2007, a Escola estabeleceu parceria com a SMMA; realizou oficinas para os profissionais da Escola (sabão artesanal e papel reciclado); aderiu ao grupo de trabalho sobre a implantação da Agenda 21 no bairro – Parceria com SMMA, Horto Florestal e EMEF Alzira.
Em 2008, a Escola implementou uma nova metodologia, o Tema Gerador, onde foi elencado, como o principal eixo a ser trabalhado, a participação, tendo como tema Transversal, o lixo, com o projeto: “Quem respeita o ambiente faz um Planeta diferente”.
Este ano a EMEI Fada Madrinha, se propôs a mais uma vez encarar o desafio de mudar atitudes e posturas dentro de preceitos da sustentabilidade ambiental, por entender que se faz necessário trabalhar desde muito cedo as crianças, para que se formem sujeitos sensíveis e conscientes de sua participação no processo transformador da realidade de degradação que vivemos. Dentro disto, a Escola deve assumir o papel de pólo dentro de uma cultura de preservação e respeito à natureza, e com isto desenvolver ações na defesa da qualidade de vida e na criação de uma nova consciência, dentro de uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, onde a educação para a cidadania dê sustentação aos pilares sociais.
A partir de então foi estabelecido um compromisso coletivo, junto à comunidade escolar, de trabalhar questões ambientais, definindo a participação e a sustentabilidade ambiental como focos principais do planejamento escolar, envolvendo todas as turmas, os setores e as famílias.
Na perspectiva de repensar o espaço escolar nasceu o Projeto: “O Nascimento de uma Agrofloresta Encantada no Mundo das Fadas”.


OBJETIVO:

Desenvolver ações, no seio de toda a comunidade escolar, que viabilizem a construção de uma consciência de preservação ambiental, bem como, a mudança de atitude frente ao meio ambiente, e que esteja voltada para a construção de valores de preservação, racionalidade e sustentabilidade.



DURAÇÃO:

Implantação: abril de 2009
Manutenção: nos próximos anos...



COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:

VICE-DIRETORA: Neila Maria Rodrigues Goulart
ARTICULADORA: Mariléia Duarte Viscardi

PÚBLICO ALVO:
• Turmas: Berçário 2; Maternal 1; Maternal 2; P1; P2 manhã e tarde;
• Educadoras
• Funcionárias;
• Equipe administrativa-pedagógica;
• Pais;
• Conselho Escolar.



PARCERIAS:

• Horto Florestal;
• Secretaria Municipal de Educação;
• Secretaria de Serviços Urbanos;
• Empresa Souza Cruz.



PLANEJAMENTO COLETIVO:

Os trabalhos iniciaram-se a partir da formação de março, onde o grupo de educadores e funcionários da escola trouxeram as suas propostas para serem desenvolvidos ao longo do ano de 2009. Em grupo, escolheram quais os temas transversais seriam abordados, juntamente com o tema gerador (participação). Nesta ocasião foi decidido que passaríamos a abordar o tema “sustentabilidade ambiental”, já que a escola tradicionalmente prioriza temas que favoreçam a conscientização da preservação do meio ambiente. Optou-se pela proposta de trabalhar na criação de uma agrofloresta, utilizando para isto o ambiente da escola, onde pudéssemos em conjunto transformar o entorno da escola dentro de uma perspectiva de sustentabilidade ambiental.
Foi realizado reuniões de planejamento, por turmas e setores, para que cada educadora e funcionária com suas paralelas, pudessem discutir e elaborar estratégias de trabalho, abordando diferentes aspectos dentro de uma proposta de rearborização da escola.


RELATÓRIO DE VISITA AO HORTO FLORESTAL:

O grupo de trabalho escolheu o Horto Florestal para visitar, por localizar-se próximo à escola, e por entender que precisamos valorizar os espaços de preservação de nossa comunidade.
A visita iniciou com uma pequena palestra dos profissionais do Horto, onde apresentaram sua proposta de trabalho, serviços prestados e sua importância para a preservação ambiental de nossa região.
Após fizemos uma trilha onde tivemos acesso a espécies nativas da região, as plantas medicinais, a composteira, as sementeiras, a horta, ao lago, auditório, enfim, a toda a beleza natural que nos sensibilizou para o início de nosso trabalho. Durante toda a caminhada pudemos perceber a expressão de deslumbramento deste grupo, em particular, dos pais dos alunos, que são moradores do bairro, e que não tinham conhecimento do trabalho realizado pelo Horto, e da riqueza das espécies ali cultivadas.
Nesta visita, o grupo conheceu várias espécies e tipos de plantas que poderiam ser utilizadas na nossa Agrofloresta; e com o auxílio dos técnicos do Horto, fomos adquirindo conhecimentos sobre a diversidade das plantas que se adaptam a diferentes espaços, bem como, seu tamanho, condições de cultivo e preservação. Foram analisadas quais as melhores espécies para serem cultivadas, em função da posição solar, das necessidades da escola e dentro do conceito de responsabilidade ambiental.
Houve uma riqueza de sugestões e idéias a serem implementadas no projeto, das quais destacamos a seguir:
• Horta em formato de mandala;
• Espiral de temperos;
• Canteiro de chás;
• Caramanchão de flores no toldo;
• Canteiros de flores no entorno dos muros;
• Plantio de árvores frutíferas silvestres;
• Composteira.

O grupo de trabalho propôs que todas as turmas e os setores da escola realizassem visitas ao Horto para que fossem sensibilizados para o trabalho.
Em anexo, Cd com imagens das visitas ao Horto Florestal.


DEFINIÇÃO DAS METAS:

Foram elencadas 10 metas, todas elas ambientais que envolvem o coletivo da Comunidade Escolar, e que seguem no anexo deste documento.

O resultado das visitas originou numa divisão de tarefas, onde cada um, apesar de estar responsável por alguma ação, estava engajado no todo do projeto. Ficando estruturado da seguinte forma:

Berçário 2: Parreira de maracujás, nas telas;
Maternal 1: Horta de temperos – espiral;
Maternal 2: Jardim de flores na frente da escola;
P1: Horta em mandala;
P2: Canteiro de chás – espiral;
Secretaria e portaria: canteiro de flores e árvores no meio da avenida;
Equipe diretiva: Arborização na calçada ao lado da escola-plantio de árvores;
Setor de limpeza: Arborização dos espaços nos fundos da escola;
Setor da cozinha: Composteira.


RELATÓRIO DA VISITA AO PARQUE ECOLÓGICO SOUZA CRUZ

No dia 8 de maio o grupo de trabalho da Agenda 21, realizou a visita ao Parque Ecológico da Souza Cruz.
As crianças e os adultos puderam ver como se dá a preservação de uma área e o respeito à natureza. Principalmente através da revitalização de uma área, onde antes era apenas um banhado e que com o cuidado, hoje se transformou em um espaço de visitação e preservação, que conta com uma flora e fauna típica da região, constituindo-se em um ambiente de refúgio para diversas espécies.
Foi realizada a trilha da Casa Açoriana, onde conhecemos algumas espécies de árvores nativas; o pomar; as figueiras que foram transplantadas; a horta; o jardim sensorial e por fim, terminamos nossa caminhada com um delicioso lanche, regado a sanduíche natural e suco de uva.
Nesta atividade foi possível ter novas idéias que viessem a enriquecer o projeto da Agrofloresta, como, o lago artificial, o bromelário, as plantas exóticas e o jardim sensorial.


RELATÓRIO DA VISITA A E.E. NEUSA MARI PACHECO

No dia 12 de maio foi realizada a visita a Escola Neusa Mari Pacheco, em Canela. Lá pudemos ver como pequenas ações se transformam em grandes obras. Onde o planejamento da escola tem em seu núcleo a preservação ambiental, como sustentação e o norte das aprendizagens.
A Escola é de turno integral, e atualmente conta com um total de aproximadamente 1.300 alunos. Possui uma infra-estrutura maravilhosa, conquistada pela união e determinação de sua Comunidade Escolar.
Foi uma aula de gestão escolar e de unidade do grupo de educadores, com pais e alunos.


RELATÓRIO DO FÓRUM –AGENDA 21 ESCOLAR:

No dia 03 de junho às 15h, foi realizado na EMEI FADA MADRINHA, o fórum da AGENDA 21 ESCOLAR. Neste evento aberto a comunidade, contamos inicialmente com o momento de sensibilização, a Palestra sobre “Sustentabilidade Ambiental, com o Profº João Paulo Scaramussa. Foi um momento capaz de despertar sentimentos de conscientização, verbalizados através das seguintes frases: ”A preservação diz tudo, de um todo.” “Começa por ai, é algo de conscientização”;” Hoje eu me conscientizei”;” Vale a pena fazer tudo isto”;” Não quero deixar lixo para meus netos”;” É reflexão e ação”;” É qualidade de vida “...
Na segunda parte do Fórum, foi apresentada a caminhada da escola, desde o ano de 2007, dentro das questões ambientais.
 Desde 2007 estabelecendo parceria com a SMMA;
 Realização de oficinas para os profissionais da Escola;
 Formação de grupo de trabalho sobre a implantação da Agenda 21 no bairro – Parceria com SMMA, Horto Florestal e EMEF Alzira.

Em 2008:
 Implantação do Tema Gerador – PARTICIPAÇÃO
 Tema Transversal – Lixo – Projeto: “Quem respeita o ambiente faz um Planeta diferente”.
 Oficinas de sabão e papel reciclado
 Participação no Projeto Rota das Águas
 Festas temáticas;
 Mostra de Trabalhos: Ecologia Profunda;
 Participação no Projeto Tribos – Na trilha do meio ambiente;

Em 2009:
 Compromisso coletivo de trabalhar questões ambientais;
 Definição do foco: Sustentabilidade Ambiental;
 Adesão ao Projeto Valorizar – Valorizando a Agenda 21 Escolar;
 Parcerias: Horto Florestal; SMED-Setor Administrativo; SMSU; SOUZA CRUZ; Conselho Escolar e Comunidade.

Na terceira parte, foram lançadas algumas reflexões, a partir do repensar o espaço escolar, tais como:

 Temos espaços disponíveis na escola?
 Os usamos com responsabilidade?
 O que fazemos com o lixo que produzimos na cozinha e refeitório (cascas, folhas, restos...)?
 O que fazemos hoje tem conseqüências para o futuro?

Foi proposto o questionamento, o que fazer?
Mudar... E construir o planeta que queremos deixar para nossos filhos!
Planejar o futuro... estabelecendo parcerias

 Apresentação do Projeto: “O Nascimento de uma Floresta Encantada no Mundo das Fadas”.
Questões deixadas para reflexão:
 Porque pensar em preservação?
 O que eu posso fazer de concreto?
 O que eu for fazer vai adiantar?
 O que a Escola está buscando com este trabalho?
 Vale a pena?
 Onde queremos chegar

Nosso objetivo principal é de que tudo o que foi trabalhado e construído dentro da escola, seja multiplicado e levado para a casa de cada um, repensando o seu espaço, transformando suas vidas dentro de uma perspectiva de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.
Em anexo Cd power point do Fórum.



RELATÓRIO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS:

Este projeto foi iniciado, primeiramente pela sensibilização do grupo de trabalhadores da escola, a partir da conscientização do repensar o espaço escolar. A proposta, então, passou a ser de transformar o entorno da escola, em um modelo de possibilidade de mudança de atitude, de respeito e de sustentabilidade ambiental.
O trabalho começou através de um estudo, junto aos técnicos do Horto Florestal, de adequação de espécies de plantas para a realização de uma agrofloresta, no ambiente escolar. Cada turma e setor da escola assumiram a responsabilidade por uma área, o cumprimento de suas metas e a manutenção das mesmas.
O berçário, responsável, pelas parreiras de maracujás, organizou seu planejamento, iniciando pelo reconhecimento da fruta, sua utilidade, degustação do suco. De suas sementes foram geradas mudas, as quais, algumas foram transplantadas para o local onde iriam construir suas parreiras, e outras presenteadas às mães, para serem cultivadas em suas casas. Foram desenvolvidas várias atividades a partir do maracujá, como a criação de hora do conto com o personagem Jajá, o maracujá; confecção de livro de receitas enviadas pelos pais, com a fruta; preparação e degustação de outras formas de utilização da fruta. Também construíram um berçário de sementes de flores, que estão sendo transplantadas para o jardim.


O maternal 1, ficou responsável pela espiral de temperos. Em função disto, confeccionaram floreiras com diferentes sementes de temperos que seriam transplantadas para a espiral. Em virtude das constantes chuvas, da pandemia da gripe A, o processo de construção da estrutura da espiral e o plantio das mudas, foi realizado sem a presença das crianças da turma, e com o auxílio dos técnicos do Horto Florestal. Ficando a cargo das crianças a manutenção, como a rega, os cuidados e posteriormente a colheita, que foram direcionados a alimentação escolar. Foram realizadas outras atividades para o conhecimento das diferentes espécies de temperos e vegetais, tais como: fantoches; jogos de encaixe; jogos de memória.

Ao maternal 2 coube a ornamentação de nosso jardim na entrada da escola. Que começou pela revitalização do solo, que se encontrava sem nutrientes, sem vida. Foi preparado com húmus e folhas secas. O que rapidamente foi percebido sua mudança. O próximo passo foi escolher as plantas adequadas para adaptar-se ao sol e a sombra. Após foi realizado o plantio, pelas crianças, ficando estas responsáveis pelo cuidado e manutenção de sua planta. Também confeccionaram placas com objetivo de conscientizar as pessoas para cuidar e preservar o jardim, bem como, de bebedouros e casinhas para pássaros com caixas de leite e bambonas de água mineral. Todas estas ações tinham o objetivo de criar um ambiente atrativo para os pássaros e insetos, tornando o ambiente escolar um espaço agradável e bonito de se estar.

A turma do P1 direcionou seu trabalho para a construção de uma horta, onde antes era um espaço abandonado no pátio da escola. Foi um trabalho árduo que exigiu uma re-estruturação total do local. Foi capinado o solo, revirado a terra, colocado substrato (terra vermelha, húmus, esterco de vaca seco), e por fim, delimitado o layout da horta. As crianças participaram de todo o processo, desde a colocação de água dentro das garrafas; a pintura delas; a arrumação no entorno dos canteiros; do plantio das mudas, e consequentemente, da colheita. A partir de então estes vegetais estão sendo consumidos na escola, e o excedente está sendo enviado para as famílias dos alunos.

Couberam as turmas de P2, manhã e tarde, a tarefa de reativar o antigo canteiro e criar um novo espaço para cultivo de chás. As espécies foram cuidadosamente selecionadas para que correspondessem ao objetivo da turma, que era o de ter uma diversidade de ervas que fossem indicadas para o auxílio no tratamento de doenças comuns (do conhecimento das crianças). Assim como a horta, foi necessário a preparação dos canteiros, e o preparo das garrafas. Depois desta etapa, as crianças plantaram mudas vindas do Horto Florestal e de suas casas. Desta forma foram cultivadas espécies como: confrei, capim cidró, funcho, pariparoba, guaco, alecrim, entre outras. Este projeto contou com vários momentos de degustação de chás acompanhados de bolos. O que tem surtido efeito em casa, pois do relato de algumas mães vemos que as crianças estão pedindo para tomar chás em casa, mesmo quando não estão doentes, mudando sua cultura de aversão aos mesmos.


Quanto aos demais setores da escola, no mês de agosto, foi realizado pela direção da escola, a preparação das covas para o plantio das mudas de jasmim cheiroso, que formará um caramanchão. Apesar dos cuidados, houve um ataque das formigas cortadeiras e quase que exterminaram as plantinhas. Embora todo este transtorno, os jasmins se recuperaram, e hoje já estão florescendo, apesar de pequenos ainda. Uma ação que foi realizada pela articuladora pedagógica, e não havia sido planejada anteriormente, foi a construção de um tri pé para o cultivo de feijões. Este espaço está situado ao lado da horta e chamam a atenção da comunidade por sua beleza, criatividade e viçosidade das plantas.

O setor da secretaria plantou seis árvores no canteiro em frente à escola, as espécies foram escolhidas pelos técnicos do Horto, com o cuidado de serem de médio porte, para não interferir nos fios de alta tensão. As mudas foram transplantadas e apesar de sofrerem alguns maus tratos por parte da comunidade local, cindo delas estão em bom estado.


Também foi realizado, na semana do meio ambiente, um concurso de frase mais original sobre a natureza. Os três primeiros ganhadores obtiveram como prêmio, o plantio de três mudas de árvores na calçada lateral da escola. Estes ficaram responsáveis pelo cuidado e manutenção de suas árvores. Das três mudas, uma foi arrancada duas vezes e transplantada.

O setor da limpeza encarregou-se dos canteiros laterais, nos fundos da escola. Lá foram plantadas folhagens de sombra, o que está modificando consideravelmente o visual do lugar. Este canteiro foi revitalizado e preparado cuidadosamente o solo. A parreira de chuchu que tinha sido planejada, não pode ser realizada, em função do ambiente ser muito sombrio.


A construção da tão sonhada composteira se deu no inicio do mês de abril, com uma reunião de formação com o setor da cozinha, a pessoa responsável pela portaria da escola, a direção e o Professor João Paulo, do Horto Florestal. Nesta ocasião foram passadas informações e tirado dúvidas quanto ao lixo orgânico que deveriam ser depositados na mesma e sensibilizado as funcionárias para a importância de seu trabalho na manutenção da agrofloresta. A construção da composteira foi realizada por um avô de uma aluna, que se dispôs em ajudar, tudo sob a orientação dos técnicos do Horto Florestal. Durante todo o processo de reciclagem do lixo, e aproveitamento do lixo orgânico, notou-se uma economia significativa no consumo de sacos de lixo em até 50%, uma vez que em média 15 kg de lixo orgânico diários, passaram a ir para a composteira, e não mais para o aterro sanitário. A primeira produção de húmus se deu já no mês de julho, onde foi destinada a horta e aos canteiros, notando-se uma grande revitalização das espécies.



QUADRO SÍNTESE DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS

AÇÕES ENVOLVIDOS
1. Preparação e plantio das flores dos canteiros dos jardins;
2. ornamentação dos espaços dos jardins, com, bebedouros, casinhas de pássaros e comedouros. * Turma M2 e Horto Florestal
3. Confecção e manutenção de composteiras; *Setor da cozinha, portaria e Horto Florestal.
4. Plantio de jasmim cheiroso em construção do caramanchão; *Direção e Horto Florestal
5. Preparação, plantio e cultivo da Horta; * P1- alunos e educadoras, Horto Florestal e SMED.
6. Plantio de mudas de maracujás e transplante para o lugar definitivo construindo uma parreira; * B2- alunos e educadoras e Horto Florestal
7. Plantio de mudas de maracujás-parreira; * B2- alunos e educadoras e Horto Florestal
8. Sementeiras de garrafa pet- temperos *M1 – alunos e educadoras
9. Plantio de árvores na calçada; *Pais, alunos e Horto Florestal
10. Plantio de mudas em sementeiras para horta; *P1- alunos e educadoras
11. Plantio de parreira de chuchu; *setor da limpeza
12. Foi realizada visita ao Horto Florestal com as seguintes turmas: M1; M2; P1; P2 manhã e tarde; *Alunos, educadores, funcionários, pais e técnicos do Horto.

Durante todo este processo de construção da Agrofloresta, percebeu-se o ciclo da natureza que está presente na nossa vida. Desde a transformação do lixo orgânico, em substrato, para dar nova vida aos alimentos e as plantas.
Constatamos que através de pequenas ações e mudanças de atitudes, pudemos transformar o ambiente em que vivemos, e mais, servirmos de instrumento multiplicador desta proposta, uma vez que muitas destas ações foram desenvolvidas pelas famílias, na nossa comunidade.
Este projeto mais do que proporcionar a discussão do conceito de sustentabilidade com a comunidade escolar, demonstrou através da vivência como este se dá de fato, e como pode ser incluído em nossas vidas. Sua importância enquanto formação para uma educação ambiental será imensurável, pois não acaba aqui. Este projeto continuará sendo mantido e revitalizado por toda a comunidade escolar, uma vez que está garantida no Projeto Político Pedagógica de nossa escola a concepção de preservação ambiental como um eixo principal da formação de nossos alunos.

*PENSANDO UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA SURDOS*



A luta pelo respeito à cultura surda é antiga, embora tenha evoluído nos últimos anos, vemos que historicamente o sujeito surdo é/foi discriminado e muitas vezes ignorados na sua diferença, uma vez que, durante muitos anos o oralismo predominou nas escolas de surdos, ocasionando, com isto uma visão equivocada da aprendizagem destes sujeitos; o que consequentemente serviu de fator de exclusão. Somando-se a isto, a presença de professores ouvintes na docência de alunos surdos não contribui de maneira global para o desenvolvimento das potencialidades destes alunos, já que para quem é ouvinte é difícil compreender na sua plenitude a cultura surda. Portanto, quando falamos em educação destas crianças, muitos fatores devem ser levados em conta; dentro disto, vale ressaltar que o inicio da escolarização de qualquer criança é um momento crucial, e mais ainda para as crianças surdas, por isso, é fundamental que esta iniciação se dê dentro de um espaço socializador, onde estas crianças estejam incluídas juntamente com outras crianças surdas e com professores surdos, de preferência, para que possam apropriar-se desde cedo da língua de sinais, construírem sua identidade surda e auto-imagem, de forma positiva. Isto tudo no intuito de trabalhar para que estes sujeitos não se reconheçam como deficientes, mas como sujeitos capazes que possuem uma particularidade apenas, de não ouvir, mas que não os impossibilita de estabelecer interações plenas e satisfatórias com o mundo.
Logo, entende-se que é preciso de fato rever as práticas estabelecidas até hoje para a educação de surdos, para que estes sejam incluídos em um ambiente próprio para o desenvolvimento de sua identidade e cultura, e para isto, entende-se que os professores que lidam diretamente com estes sujeitos, sejam preferencialmente surdos, pois desta forma, irão muito mais do que ser educadores, servirão de modelo e apoio, pois ambos possuem uma identidade surda, o que proporciona uma maior empatia e afinidade na relação professor-aluno. Esta sim seria a forma ideal de sua formação, do contrário o mínimo aceitável para que uma pessoa surda possa freqüentar uma escola regular é que esta se adéqüe e inclua a LIBRAS em seu currículo, e com isto ofereça a esses alunos os conteúdos através da língua de sinais. Para isto, faz-se necessário a figura do interprete em sala de aula (já que muitos professores não dominam a língua de sinais) ou de um professor especialista conhecedor desta língua, ou ainda, contar com a ajuda de um professor surdo, que venha a auxiliar o professor, uma vez que isto significa qualificar o trabalho, revelar uma postura inclusiva e dar sentido a frase tão usada, e tão pouco vivenciada que é a de garantir a acessibilidade de TODOS a uma educação de qualidade.

*CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E A ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL*


Esta semana ao ler um texto indicado na interdisciplina de linguagem e Educação, que tratava sobre as práticas de leitura, escrita e oralidade na educação infantil, sob o título de: Consciência Fonológica: o que é, para que serve e qual sua relação com o aprendizado da leitura e da escrita?, bem como um relato de uma professora, que o chamou de: Documentos de classe (CUQUERELLA, 1990) com crianças de 4 anos, causou-me estranheza, pois denota uma visão bem diferente do trabalho que realizamos na rede de ensino ao qual pertenço. Já que a ênfase que se dá, com crianças nesta faixa etária, é quanto a oralidade e não especificamente quanto a escrita.
Mas analisando o texto sobre consciência fonológica, se percebe clareamente que não existe um consenso sobre se esta vir antes ou depois da aquisição da escrita. Também podemos ver que algumas atividades favorecem muito o desenvolvimento da mesma, como a música, poesias, parlendas, entre outras. E a a professora Lílian Nascimento, fonoaudióloga e doutoranda em Educação pela Unicamp, vai mais além, ao dizer que “...mais do que cantar, ouvir ou recitar, é preciso chamar a atenção da criança para os sons das sílabas, rimas ou repetição de fonemas”.
Penso que seja ai que se estabelece o grande nó na educação infantil, pois hoje algumas Propostas Pedagógicas enfocam seu trabalho preferencialmente na parte oral, o que certemente é a bade para se entrar no mundo da escrita, pois entendem que nesta etapa o lúdico deve prevalecer, e os planejamentos devem conter atividades que visem o letramento, sem fixar-se na alfabetização propriamente dita, já que terão um logo caminho ainda a trilhar no Ensino Fundamental. Entretanto outras, desenvolvem um trabalho bem pontual dentro de uma linha de alfabetização.
O segundo texto, fala de práticas de leitura e oralidade, com crianças de 4 anos. Este, como já havia mencionado, nos tras uma perspectiva diferente da habitualmente trabalhada na educação infantil, na rede de ensino a qual faço parte. Confeço que me surpreendi quanto ao planejamento ousado realizado pela professora para a faixa etária, mas ao mesmo tempo achei muito interessante as proposições realizadas e seus resultados. É possível perceber o enfoque que é dado para a aprendizagem da lingua escrita a partir das diferentes atividades, escrita a partir de imagens, de textos, cartão postal, etc. Todas elas, absolutamente desafiadoras para as crianças, buscando despertar o interesse pela apren¬dizagem da língua escrita.
Assim, é possivel perceber a existência de diferentes pressupostos quanto a questão da alfabetização na Educação Infantil.
A meu ver é de suma importância familiarizar a crianças com o mundo das letras e dos textos, uma vez que muitas crianças dependem do espaço escolar para terem contato com a escrita, já que seu ambiente familiar é pobre destes recursos. Para isto, utiliza-se brincadeiras com o som das palavras, o reconhecimento de semelhanças e diferenças, o manuseio de diferentes portadores de textos, sendo o papel do professor importantíssimo, pois em alguns momentos este servirá de locutor e em outros, de escriba, ou seja, lendo e escrevendo as produções das crianças. Mas contudo, penso que devemos ter cuidado para não adentrar demasiado neste terreno, pois devemos respeitar primeiramente o interesse das crianças, e não deixar o lúdico em segundo plano, e com isto deixar de lado todo um trabalho que visa o desenvolvimento integral da criança e a construção da autonomia infantil, o que penso ser um pressuposto básico para que esta venha a passar por todos os outros níveis de ensino, não só a educação básica, como um sujeito consciente de sua cidadania e responsável por sua ação no mundo.

TEMAS GERADORES EM QUESTÃO!


Trabalhar com TEMA GERADORES é sem dúvida, um desafio extremamente prazerosos, pois deixa-se de lado a frieza das metodologias tradicionais, para adentrar em uma pedagogia da autonomia, da esperança.
Porque esta proposta parte de um outro princípio, o das relações sociais, lineares, de parceria. Com isto muda a relação professor-aluno, e mais, muda o foco, o olhar passa a ser para o aluno.
Sempre acreditei que para desenvolver um trabalho pedagógico coerente e eficaz, deveríamos buscar realmente conhecer o aluno, saber o que pensa, conhecer sua realidade, compreender sua história... E então, a partir daí, buscar construir conhecimentos significativos, que fizessem sentido, e que estivessem recheados da realidade dos alunos, dos seus saberes e de suas interações.
Concordo com Paulo Freire, quando diz que: “Não basta saber ler mecanicamente ‘Eva viu a uva’. É necessário compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir uvas e quem lucra com esse trabalho.”
Ou seja, é preciso desenvolver um trabalho que favoreçam a reflexão, e com isto conduzam os alunos a caminhos que os levem a ação!

*SEU NOME É JONAS*


Esta semana eu e meu grupo do PEAD tivemos que realizar uma atividade...
Precisávamos ver e analisar o Filme: Seu nome é Jonas.

O filme, se passa em meados dos anos 60, mas encontra-se, infelizmente ainda atual.
A história de Jonas fez com que percebêssemos o preconceito, a discriminação, que nossa sociedade tem por aqueles que se diferenciam dos padrões ditos “normais”. Jonas era surdo, e por conta disto, foi tachado por retardado, foi rejeitado, excluído do convívio familiar e social (foi internado), foi obrigado a falar! E ao ir para uma escola impedido de usar a língua própria para surdos, a LIBRAS, sob pena de ser considerado surdo, pelo resto da vida!

Ora, como nossa sociedade consegue ser tão perversa, obrigar que um sujeito negue sua própria identidade ? Incutindo valores de bom e belo apenas aqueles que “mostram-se iguais"?

Ser surdo ou cego, não significa serem deficientes...

Porque deficiência é uma condição que limita a pessoa. Para nós, significa apenas uma ausência de um dos sentidos, a visão ou a audição, e que por conta disto, necessitam compensar esta ausência com uma outra forma de expressão.

Acreditamos, piamente, que a incapacidade e a deficiência, está sim nos olhos e ouvidos daqueles que não respeitam a diversidade!

*EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM QUESTÃO!


Ao ler o que Regina Hara fala sobre o desafio de alfabetizar adultos, passei a questionar-me sobre o assunto.

Será realmente interessante que TODOS os sujeitos sejam alfabetizados, no sentido ideológico? Será que a sociedade em que vivemos quer que TODOS os sujeitos pensem criticamente e sejam autônomos em seu pensar?

Se pararmos para pensar e analisar o contexto da alfabetização de Jovens e Adultos no Brasil, vemos que por traz do analfabetismo existe uma forte força política, que diz que luta para erradicar o analfabetismo, mas por outra via condena a ignorância uma sociedade, através de políticas que em nada contribuem para o desenvolvimento pleno de seus cidadãos. Pois, quais sã as políticas de valorização do profissional que atua nesta área? Quais são os recursos financeiros que são destinados a esta parcela da população? Se até a merenda escolar até pouco tempo eles não poderiam ter acesso?

O que tiramos disto tudo é que, pensar coloca em risco a continuidade do que vemos hoje na sociedade e na política. O que nos dá a certeza que quanto mais analfabetos melhor para aqueles que desejam continuar no poder...

Por isso a importância da EJA, ela é, a meu ver, uma tentativa de resgatar uma dívida que nossa sociedade tem com esta parcela da população, que por várias razões estiveram por muitos anos fora do espaço escolar, e hoje retornam para tentar resgatar a sua cidadania

*APRENDIZAGEM AMOROSA*

Maturana é apaixonante!!!
Ele fala de sensibilidade, de respeito, de construção de relações amorosas, numa interação com o outro ao qual influencia e sofre influência...Tudo isto dentro do universo escolar! É maravilhoso mesmo pensar as relações de aprendizagens banhadas nesta perspectiva..
Mas ao olhar para a Escola hoje, sinto um pouco de tristeza...
Não vemos mais sorrisos, alegria, respeito... Vemos correria, gritos, agressões, estas não precisam ser físicas, mas verbais ou até de expressões corporais de aversão ao outro.
E esta é a realidade oposta a que Maturana fala. De um universo de aprendizagens amorosas... Nossa, quanta diferença!!!! Percebemos muitos alunos envoltos em medo, em desmotivação, em rebeldia...E então me pego a pensar o que Maturana fala sobre a aprendizagem e o acoplamento estrutural. Onde as relações de interação farão toda a diferença, pois o aprender é mais do que captar algo externo, é estar em interação, numa sintonia de troca, onde um se funde ao outro, e com isto, cada um passa a carregar em si um pouco um do outro , o que Michel Serres chama de outramento. Onde a aprendizagem não se dá por determinação do meio, mas sim pelo sentido que isto se dá ao indivíduo, de como ele toca e é tocado pelo outro, e dependendo das circunstâncias deste acoplamento, ou seja, a maneira como interage com o meio, poderá desenvolver uma nova imagem do mundo a partir disto,ou melhor, construir suas aprendizagens!
Creio que a partir das reflexões feitas anteriormente, sob o olhar de Maturana, pouco podemos inferir sobre as reais aprendizagens hoje em nossas escolas, mas uma vez que em um ambiente sem atrativos (o uso do quadro e do giz como únicos recursos), com sujeitos desmotivados, desinteressados e com uma interação hostil, é possível compreender o baixo índice de aproveitamento destes alunos e de reprovação, já que este sistema atual ainda preconiza as provas/notas, como o principal instrumento de avaliação!

LETRAMENTO EM QUESTÃO...


Ao ler o texto, Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola, de KLEIMAN, dentro da Interdisciplina de Linguagem e Educação, várias reflexões sobre a Escola, se faz necessário.

A Escola hoje se apresenta, como uma importante agência de letramento, que deve ter em seu compromisso a transformação social. Mas o que vemos hoje é uma Escola distanciada deste compromisso, voltada muitas vezes apenas para o letramento escolar, mas para apenas uma face do letramento, a alfabetização, com o foco na aquisição do código alfabético, em detrimento, do sentido do letramento como prática social, ao qual a apropriação da escrita está comprometida com o desenvolvimento de uma visão crítica da realidade e de um resgate da cidadania destes grupos. O que vemos nas Escolas, é realmente um modelo autônomo de letramento que entende este processo de aquisição da escrita como algo neutro, sem implicações sociais, políticas e econômicas. A Escola trabalhando numa lógica voltada para capacitar sujeitos para interpretar, ler e escrever textos sem vínculos com a realidade a que pertencem, e por tanto, não empenhada com o pensamento crítico, com a autonomia dos sujeitos, e por consguinte, com a transformação social.

Vejo que a forma quase que automática de alfabetizar, o desejo dos educadores de fazer com que os alunos aprendam o código alfabético, distancia sobremaneira do real sentido do letramento como instrumento de formação crítica dos sujeitos, pois a forma com que está sendo usado, só reforça a manutenção dos valores desta sociedade.

O letramento não é neutro como pensávamos, tem um cunho ideológico muito forte, e por isso a Escola precisa e deve estar ciente desta influência, e lutar para contrapor as forças alienantes que está intrínsecas nestas práticas já historicamente “naturalizadas”. E para isto penso que o caminho é valorizar a realidade do aluno, como fonte inspiradora da aquisição deste tão importante código, que ao meu ver tem sentido de libertação!!!

Para encerrar trago uma frase de Emília Ferreiro, que nos faz pensar exatamente no sentido da escrita, onde diz: “A escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário”.

Creio que isto não nos deixa dúvidas...

*PENSANDO E RE PENSANDO A AUTONOMIA*...



Ao ler o texto APRENDER COM OS OUTROS OU O ESTATUTO DO OUTRO NA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA, deparei-me com algo que muito me intriga. A questão da construção da AUTONOMIA. Piaget fala que para chegar num estado autônomo a criança passa pela anomia (onde o sentido moral ainda não está definido, as regras são seguidas guiadas pelo hábito ou dever) passando para heteronomia (as regras não são construídas, mas impostas) para no final chegar na tão falada autonomia.

Mas o que vem a ser AUTONOMIA?
Com base em Piaget, resumidamente, a autonomia é o último estágio do desenvolvimento moral da criança, neste as regras são compreendidas e aceitas, uma vez que a criança passa a entendê-las como construção coletiva, conseguindo vislumbrar sua atuação neste processo.

Ao pensar sobre isto, vemos durante todo este processo a importância da convivência com o outro. No primeiro, anomia, o outro se apresenta como um modelo a ser seguido; no segundo, a heteronomia, alguém que dita as regras (imutáveis) que devem ser seguidas, e por fim, a autonomia, o outro se apresenta como partícipe de uma construção, onde as regras podem ser mudadas, mas deve estar embasadas no coletivo, no sentido de colaboração, de justo, de verdadeiro, mas para isto, é imprescindível que o sujeito precise sair de si mesmo e colocar-se no lugar do outro....
O que penso sobre isto enquanto educadora....

Esta caminhada rumo a construção da autonomia não é uma tarefa fácil, pois requer tempo e amadurecimento. Mas também creio que deva ter uma intencionalidade por parte dos educadores, pois tal como me referi, este processo de aquisição é uma construção, e por tanto, deve ser paulatinamente trabalhada. Se a criança não sentir um ambiente propício para a troca, para o diálogo... Dificilmente chegará a ser um sujeito que pense e aja por si só!

Sendo assim, penso que é preciso instigar as crianças a pensar, dar sua opinião, argumentar, compreender as regras e a cada etapa, através de sua reflexão/ação, ir reescrevendo o que está posto, com responsabilidade e justiça.

*DIDÁTICA TEM PAI ?*


Sim, esta semana tive o prazer de conhecer João Amos Komensky, (1592- 1670) mais conhecido por Comenio, chamado o Pai da Didática. Comenio era um teólogo, mas era sobre tudo um estudioso sobre educação que se preocupava muito com a forma de ensinar as pessoas, ou seja, o método de ensino! Este interesse pode ser visto já no prefácio de seu livro mais importante, Didática Magna (1638), onde diz: "A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais." As obras de Comênio, são consideradas um marco de transição entre a Idade Média e a Moderna.
Disto podemos concluir que a preocupação com o método de ensinar percorre longas datas. Comênio, há mais de 300 anos atrás já percebia a necessidade de uma mudança na educação, pois cada vez mais alunos apenas eram capazes de reproduzir ao invés de criar, de ouvir ao invés de falar, de concordar ao invés de questionar... Foi ele que mudou alguns parâmetros da pedagogia, pois acreditava que deveria estar voltada para o aluno; na figura do professor como responsável em adequar seu trabalho a partir das necessidades e características de seus alunos; e na escola como um espaço prazeroso, de descobertas e experiências, rico em interações, onde o lúdico e o diálogo professor x aluno estivessem presentes. Estes pressupostos que Comenio apontava, ainda hoje lutamos para desenvolver dentro de nossas escolas, pois enquanto educadores conscientes que somos, vemos a necessidade da mudança e transformação desta sociedade, injusta, excludente e perversa, em que vivemos, e esta mudança passa pela mudança de paradigmas. Creio que a Escola deva olhar para si e repensar o papel que tem desempenhado na sua caminhada enquanto espaço de formação e de transformação social. Vejo que precisamos urgentemente pensar na formação de nossos alunos e ver se realmente estamos ajudando, através das aprendizagens que proporcionamos, que estes alunos consigam enfrentar os desafios dos novos tempos, com autonomia, criatividade, ética e competência. Pois precisarão para isto, estarem capacitados a pensar, a compreender, a interpretar, a teorizar, a argumentar, e sobretudo, ter atitude reativa frente ao mundo.

*CONSTRUINDO O EIXO VII*


Chegamos ao sétimo semestre, e com ele as angústias de a cada etapa fazer melhor, se dedicar mais,buscar construír conhecimentos sólidos e que venham a qualificar o meu fazer enquanto educadora.
Quero aprender muito, e poder, de uma forma amorosa tal como Serres diz, despertar este desejo em meus alunos,quero que acreditem em seu potencial, que tenham autonomia no seu pensar e agir, e que cresçam sabendo que quando fazemos o que gostamos, colocamos nosso coração naquilo e nos tornamos seres melhores.
Quero que saibam que o conhecimento só é valido quando for aplicado a serviço do bem, e que ninguém sabe tudo, que aprendemos uns com os outros, e com isto podemos dizer que Piaget estava 100% certo!
Estes são momento iniciais de mais uma "aventura coletiva" no PEAD...

Em poucas palavras, é com este espírito que inicio mais um semestre de minha caminhada rumo a minha formação acadêmica!

UFA !!!! FÉRIAS......


Chegou as tão sonhadas FERIAS DE INVERNO....
Agora, é descansar....curtir a família.... Ler alguns livros(não técnicos é claro) e reunir os amigos....

Todo este descanso será para recarregar as enegias para o antepenúltimo semestre...Estamos chegando lá!

FORMATURA LÁ VAMOS NÓS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CONTAGEM REGRESSIVA....3.....2......1 ACABOOOOOOOUUUUUU!

"EU".... ENTRES OS MUROS DA ESCOLA


O filme que escolhi como cenário de estudos de minhas aprendizagens foi o longa metragem “Entres os Muros da Escola, de Laurent Cantet, que retrata uma realidade universal, a relação professor x aluno, em uma escola pública, na periferia de uma grande cidade. Este trás um componente importante e muito atual, pois aborda várias questões relativo a realidade que estamos vivenciando, que é o desinteresse crescente dos alunos pela escola, a rebeldia, a desvalorização da figura do professor, as diferenças étnico-raciais e sociais que permeiam o espaço escolar e que foram retratadas neste filme.
Dentre tantas cenas que nos levam a reflexões importantes, destacaria a cena central do filme, em que o professor Marin, em uma de suas aulas, onde se estabelece um importante conflito gerado a partir de uma fala do professor que repreende as atitudes de duas alunas, que foram representantes da turma no conselho de classe.

Estas, segundo a concepção do professor, não se portaram bem, então numa atitude de descontrole, diz que elas “pareciam vagabundas”. Esta fala gerou uma série de conflitos subseqüentes. Souleymane, aluno de etnia africana e que tem o estigma de mau aluno, que se recusa a fazer as tarefas propostas pelos professores, não demonstra qualquer interesse pelas disciplinas, numa atitude extrema de rebeldia sai da sala atirando tudo o que tem pela frente ao chão e num destes movimentos, acidentalmente, acerta o nariz da colega Khoumba, a ferindo. O professor diante do descontrole do aluno, o leva ao diretor da escola, o que tem como conseqüência a abertura de um processo no conselho disciplinar. O professor mesmo compreendendo que a atitude do aluno não foi intencional, não consegue evitar que este seja levado ao conselho disciplinar, onde fatalmente será expulso da escola. Em seu relatório omite o fato de tudo ter sido deflagrado por sua colocação inadequada para com as alunas, onde as compara a “vagabundas”. O que tem que ser reformulado posteriormente, pois este detalhe já era de domínio de todos na escola. Apesar disto este fato não foi levado em consideração no conselho disciplinar, já que se tratava de um aluno que apresentava o estigma de “mau aluno”.
Os conceitos que destaco na cena em questão, se referem aos princípios morais, dos quais o Professor Marin teve que confrontar-se ao omitir o verdadeiro relato dos fatos que gerou a expulsão do aluno, e de posteriormente, não assumir a defesa do aluno por esta significar sua declaração de culpa/envolvimento. A cena mostra com clareza os conflitos que estão presentes na escola, à relação professor X aluno, a falta de interesse dos alunos em relação à escola, o que reflete diretamente nas aprendizagens destes, uma vez que não encontram significação em suas vivências. Também podemos destacar os conflitos inerentes a fase da adolescência que os alunos estão vivendo, tendo como complicador as múltiplas etnias, que fez com que houvesse uma forte resistência quanto à língua e a cultura francesa. E por fim, a maneira estigmatizada com que Souleymane foi tratado no conselho disciplinar, onde o fato de ter machucado acidentalmente a colega, não foi levado em conta, mas todas as suas atitudes anteriores, que desagradava a quase todos os professores, numa atitude discriminatória.
Olhar, esta cena, com os olhos de quem está de fora da situação, é de certa forma fácil, pois não estamos vivendo, não estamos sentimentalmente envolvidos, e fazer qualquer juízo de valor sobre o que ocorreu é sem dúvida, uma inferência, e com isto temos grande probabilidade de cometermos erros no julgamento. Portanto toda a análise que passarei a fazer estará arraigada com princípios de moral, de ética e de cidadania, dos quais eu acredito e que permeiam minha vida.
O filme todo nos mostra uma realidade muito próxima de nós, que são as relações professores e alunos. Mas nos coloca a pensar tanto na figura do professor, bem como na qualidade das relações que estamos estabelecendo com nossos alunos hoje... Com isto nos remete a pensar no professor, não aquele estereotipado, como o “sabedor de tudo”, que está acima dos alunos, mas aquele que erra que perde o controle, que se desgasta constantemente no seu trabalho (stress), que é humano, que sofre e que tem medo. A cena na qual Marin chama a aluna de “vagabunda”, mostra um outro lado da moeda, do professor que mesmo tentado acertar, erra. Marin demonstra, durante todo o filme, interessar-se pelos alunos, busca travar um diálogo com eles na tentativa de mostrar-lhes o que entende como importante para “adaptarem-se” aquela cultura, através da disciplina de Francês, mostrando sua aplicabilidade e importância para seu convívio naquela sociedade. Tenta despertar o desejo de que aproveitem melhor os momentos em que estão na escola para sua formação. Para isto, usa a língua Francesa, que é sem dúvida, o grande campo de batalha onde é travado esse conflito no filme.
Mesmo diante de diálogos tensos, e de agitação, de reações de rebeldia, o professor demonstra interessar-se pelos alunos, conseguindo comunicar-se com eles, tentando compreender suas dificuldades, e deixa claro tudo isto quando diz a um outro professor: “Procuro valorizar o que eles fazem de bom”. Mas, no calor de uma discussão, numa atitude de reprovação, e em resposta a rebeldia de seus alunos, ele se descontrola e ofende duas alunas, as comparando com vagabundas.
A cena mostra bem os sentimentos que permeiam muitas salas de aula, onde alunos sentem-se perseguidos pelos professores e professores sentindo-se ameaçados pelos alunos, como se existissem dois lados, um estando no oposto do outro. Penso que este tipo de sentimento, que vemos em algumas escolas, se dá por um movimento de distanciamento que a escola vem fazendo, quando “nega-se” a atualizar-se, a mudar (currículo, abordagens, metodologia, avaliação, etc.), a se democratizar (ouvir todos os segmentos da comunidade escolar). A escola hoje está dissociada da realidade, isolou-se em suas “verdades” e não está percebendo que está perdendo sua credibilidade e seu sentido. Pois a escola deve ser um espaço de convívio, de aprendizagens que façam sentido, que tenha aplicabilidade e que, sobretudo, esteja voltada à conscientização dos sujeitos como força transformadora.
No filme vemos a figura de um professor com qualidades e defeitos, como qualquer ser humano, mas de certa forma frágil e em conflito, que em nome de uma disciplina (regras) e de seu cargo (professor/autoridade), vê-se obrigado a levar um aluno a um conselho disciplinar, e que em sua consciência sabe que o motivo que levou o aluno aquele situação foi um acidente, e não uma agressão intencional. Veio também a omitir este fato em seu relatório, numa tentativa de negação de seu envolvimento e co-responsabilidade. Neste momento vemos que mesmo sabendo da “inocência” do aluno, o professor optou em não reforçá-la, deixando que sua figura estigmatizada de mau aluno fosse valorizada. Esta atitude revelou que dentre seus princípios morais de justiça e ética, naquele momento, o que valeu mais foi salvaguardar sua posição enquanto professor, não deixando que sua falha fosse julgada, e com isto, evitando seu desligamento da escola (expulsão) por quebra de decoro. Então, um num ato de discriminação, viu-se “julgamento” de uma das partes apenas, a de Souleymane, , que por ter uma imagem de adolescente indisciplinado e revoltado, foi expulso da escola. O fato de ser adolescente e ter sido “incluído” numa cultura extremamente diferente da sua, em nada valeu, pois a escola mostrava-se que estava ali cumprindo um papel de “disciplinadora”, onde sua maior função era adaptar os sujeitos a sociedade.
Nesta perspectiva já podemos ver o quanto a escola necessita mudar, deixar a função que hoje exerce, de reprodutora de sujeitos adaptados a sociedade e ao mercado de trabalho, sendo ferramenta ideológica que aprisiona. É preciso investir fortemente na libertação desta sociedade, através da busca de uma consciência reflexiva crítica, onde a autonomia no pensar seja uma força transformadora, onde os sujeitos possam por si só avaliar e escolher o que entendem como bom e ruim, o que querem e o que não querem. A escola deve trabalhar, realmente, para que a liberdade de ser e de estar, possa constituir-se, de fato, em um direito a ser vivido, e onde as crianças possam crescer com o ideal de igualdade arraigado em sua consciência, buscando com isto, construir uma sociedade digna para todos, onde não haja mais segregação de qualquer ordem, onde o respeito ao ser humano esteja acima de qualquer ideologia.
Para concluir, gostaria de transcrever uma reflexão que fiz num trabalho sobre Kant e Adorno, onde me refiro a Escola: “Sabemos que os caminhos que levam a transformação desta situação de dominação que vivemos hoje passam pelos muros da Escola. A educação tem a força da mudança, pois é por ela que passa toda uma sociedade. Nela são forjados muitos conceitos, idéias, muitos padrões de beleza, de consumo, enfim, tudo o que queremos que se perpetue, mas também é a partir dela que podemos mudar este estado de coisas. Mudar este paradigma não é fácil, pois estamos de certa forma “condicionados” a reproduzir padrões, conteúdos, informações, mas fazer o caminho inverso é desafiador. Libertarmos de preconceitos, de conhecimentos sem significado para o aluno, de informações que “vendem” como verdades, é imprescindível, para que possamos começar a escrever uma nova história. Uma historia de liberdade, de respeito às diferenças, de autonomia e de igualdade de direitos e oportunidades. É assim que podemos começar, primeiro mudar nossa postura enquanto educadores, deixar nossos saberes de lado e abrirmos para os saberes dos alunos, como vivem, o que pensam o que querem do futuro e da vida... Assim, poderemos nos aproximar realmente daqueles que precisam que esta sociedade mude, para que possam ter igualdade de condições, sentirem-se respeitados em suas necessidades e desejos. E com isto refletir sobre o que nos aprisiona e as alternativas de libertação, desenvolvendo uma consciência crítica frente ao mundo. Mas, sobretudo, despertar a consciência de que somos sujeitos capazes, inteligentes e livres, e que está em nossas mãos à mudança, a renovação. Adquirindo a convicção de que todos nós somos os protagonistas desta história, somos sujeitos de direitos, cada qual com seus saberes, e que cabe a cada um comprometer-se com a transformação, escrevendo uma nova página, onde os registros sejam de mudanças, de justiça e de direitos”. (Neila - Webfólio – resposta_neilagoulart_para_patriciarosso.doc. -, p. 4, 21/06/09)

REFLETINDO SOBRE APRENDIZAGEM...


Ler o texto,APRENDIZAGEM AMOROSA NA INTERFACE ESCOLA, escrito segundo Serres, foi um gosto convite para pensarmos em nossas próprias aprendizagens no PEAD.
Ao lê-lo, pensei em várias coisas. Pensei lá no início quando entramos no PEAD (sou da 2ª turma), e quando o Professor Silvestre nos instigava a pensar na pergunta. A pensar sobre a importância da pergunta em nossa vida, em nossa sala de aula, em nosso fazer... Então pude ver, hoje, que ele falava de curiosidade, de desequilibração, de busca de acomodação, de motivação, enfim, falava de aprendizagens. O que move a aprendizagem.
Como podemos aprender sem colocar em cheque nossas certezas? Como podemos aprender sem o desejo de ser outro? De mudança? De descobrimento? De busca? De nos encontrar?
Olha, a metáfora usada por Serres quando fala da aprendizagem, como uma viajem é incrível.... E pensando bem é mesmo... Quando viajamos saímos de nossa área de conforto, do lugar seguro, para nos aventurar em outras paragens. Lá encontramos coisas diferentes das quais conhecíamos, ou descobrimos modos diferente de fazermos o que sempre fizemos quase que automaticamente. Somos convidados a pensar em uma outra lógica, para entendermos o que estamos vivendo. Pois ao sairmos, estamos adentrando em uma outra cultura, em um “outro mundo”, pois é diferente do nosso. E penso que é ai que está a beleza da descoberta, do conhecimento! E nessa viagem, dificilmente estamos sós, encontramos diversas pessoas, as quais exercem uma força transformadora sobre nós, e nós sobre eles. Esta visão humana da aprendizagem, dá o sentido de pertencimento, de heterogeneidade, de diversidade, que temos que passar a encarar como natural e produtivo. “... a todo momento estamos nos constituindo a partir das experiências vividas, nos transformando, ou seja, uma identidade que a todo momento se reinventa”.(texto p.3)

A PALESTRA DO PROFESSOR JOSÉ PACHECO ATRAVÉS DOS OLHOS DE UMA EDUCADORA...


Dia 06 de junho de 2009, durante o XXI Seminário de Educação de Cachoeirinha, foi proferida a palestra com o Profº JOSÉ FRANCISCO DE ALMEIDA PACHECO, como ele se intitula: "O Zé da PONTE", com o Tema: “Inclusão Escolar e Social: Como fazer?”.
Seu currículo dispensa apresentações: Especialista em Música e em Leitura e Escrita, José Pacheco coordena desde 1976 a Escola da Ponte, instituição pública que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes. O pedagogo português, que se diz "um louco com noções de prática", é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto; Investigador (IIE-FPCE-UP e Instituto Paulo Freire).
Já nos primeiros momentos de sua presença no auditório, sentíamos sua forma diferenciada de colocar-se. Aquietou-se e esperou que TODOS se calassem (aproximadamente 500 pessoas). Ao término de alguns minutos, de um silêncio absoluto, deu início a sua fala. E então explicou o porquê de sua atitude, dizendo: “É tal como os alunos da Escola da Ponte, eu também respeito quem está falando e numa atitude respeitosa, o esperarei terminar para que eu possa falar”.
E foi com esta atitude de humildade e sabedoria que iniciou sua fala, com uma pergunta: O QUE VOCÊS QUEREM SABER?????
Mais um “terrível” silêncio se abateu sobre o auditório, causando espanto e perplexidade aos “ouvintes”. Então ele explicou que sua fala só seria significativa, se ela estivesse em consonância com o desejo de saber, das pessoas presentes!!!!
Passado o segundo espanto... Começaram-se as perguntas, e ao seu relato, mas não de algo que está em livros, de teoria, mas de uma experiência, de algo que foi vivido e que é possível.
Falou de sua longa caminhada de 33 anos na Escola da Ponte, pois foi lá que entrou como professor, em 1976. Nesta época, a violência nas escolas, e também na Escola da Ponte eram terríveis. Alunos desmotivados, agressivos, sem limites, marginalidade, o caos total. A escola, por sua vez, se quer tinha banheiro para os alunos, não havia nada! Os alunos eram os que tinham os piores resultados; crianças na 4ª série não sabiam ler, eles apenas sabiam bater e xingar. Os alunos vinham para a escola sujos, descalços, com fome, traficavam e consumiam drogas. Conta que na Escola da Ponte os professores tinham pânico de entrar na sala de aula, pois frequentemente eram ameaçados pelos alunos, e às vezes apanhavam destes; eram professores tristes, aterrorizados pelo medo, desmotivados.. Ele próprio foi agredido por um aluno, e numa atitude de descontrole e auto preservação também o agrediu. Assim, a Escola da Ponte, começou com a máxima violência, para hoje ser modelo de respeito, de alto nível de aprendizagens, mas, sobretudo de inclusão social.
E foi a partir dai que o Professor José Pacheco afirma que: “Deixei de dar aulas para ser professor”...
Hoje, os alunos da escola da Ponte são referência em desempenho e aprendizagens, ou seja, estes alunos da rede pública são os MELHORES alunos do País.
Mas para isto TUDO teve que ser mudado...
A Escola propôs para o governo um desafio para mudança, mas para isto, teria que ter AUTONOMIA TOTAL! Autonomia quanto a seu projeto, estrutura, contratação de professores e funcionários, de gestão, enfim, queriam fazer tudo diferente.
O desafio foi lançado !!!!
E a Escola começou a transformação...
Hoje, a Escola contrata e escolhe seus professores, dentro do perfil que a Escola tem; o coletivo é quem dirige a Escola; a figura do “diretor” é apenas formal; não há turmas; não há aulas; não há carga horária; não há planejamento feito pelos professores; não há portões, nem grades, nem livros didáticos........ A Escola transformou-se em um lugar de TRABALHO! E um espaço democrático!
Quanto às regras? A Escola da Ponte é a Escola mais estruturada do que todas, pois as regras e a organização são feitas pelo coletivo (pais, alunos, professores, funcionários), cada um é responsável por tudo e por todos.
Na Escola da Ponte, cada aluno decide o que quer aprender, o que tem curiosidade de saber. Neste sentido ocorre a formação dos grupos por afinidades, e que passará a escolher o professor que acompanhará este grupo durante este projeto. O início deste aprendizado está sempre precedido por uma pergunta. Os professores têm o papel de ouvir a pergunta e facilitar com que cada um encontre suas respostas, mesmo que para isto, tenha que fazer uma vasta pesquisa até chegar a seu objetivo primeiro. E é neste caminho que o aluno irá construindo seu conhecimento. Depois de definido sua pergunta, cada aluno faz seu planejamento, que deve ocorrer por aproximadamente 15 dias. Ao final deste período, fará um relatório de suas aprendizagens em todas as áreas do conhecimento.
Assim, ao utilizar a metacognição, esta exerce influência direta sobre a motivação, pois o fato dos alunos poderem controlar e gerir os seus próprios processos cognitivos lhes dão a noção da responsabilidade pelo seu desempenho escolar gerando confiança nas suas próprias capacidades, e aprendizagens.
Existem critérios para a formação dos grupos: 1) interesses comuns; 2) afetividade (gostar de trabalhar com aqueles colegas e professor); 3) heterogeneidade deve constituir-se de sujeitos que tenham diferentes idades e saberes. Neste sentido, uns aprendem com os outros, e cada um sente-se responsável pelo aprendizado do outro.
Sobre a escola de hoje, José Francisco, coloca que a seu ver está “TUDO ERRADO”. Professores solitários, acuados, com medo, desmotivados, que acreditam que nem todos os alunos aprendem. Coloca que hoje aqueles alunos que aprendem iriam aprender mesmo não estando na escola. Que a grande questão atual é porque muitos não aprendem. Para isto aponta para a uniformização de métodos de ensino que idiotiliza os sujeitos, pois cada sujeito tem sua forma de aprender e cabe ao professor descobrir e ajudá-lo. O interesse do aluno é renegado, quem diz o que tem que ser “aprendido” é o professor, que muitas vezes nem ele sabe para quê. O aluno não é escutado, não se posiciona, não opina no que quer saber.
O professor José Francisco destaca que, atualmente, pesquisas apontam que: até o final da educação infantil 50% das crianças ainda perguntam; nos anos finais do ensino fundamental apenas 10%, e no final do ensino médio, apenas 1%. Existe um gradual desserviço da capacidade de argumentação e de pensamento.
Concluindo diz que as aulas pré-determinadas pelo professor inibem a iniciativa e a curiosidade da criança/adolescente, destacando que entende que o que está nos livros não precisa de aulas para isto, estala para ser lido. Que enquanto o professor estiver solitário em sua sala de aula, será fraco, vulnerável, mas onde puder contar com o auxílio e o apoio de outros, este fatalmente, se sentirá seguro e forte. E frisa: “A profissão do educador deve passar de uma profissão solitária, para uma profissão solidária”. Onde TODOS se sintam responsáveis em gestar a escola, onde a diversidade, de idéias e saberes, venham a enriquecer o fazer pedagógico e o espaço escolar.
E questiona:
Por que e para quê dividem-se os alunos por níveis?
Isto promove o quê?
Porque é preciso ter uma sala de aula, um espaço determinado para “aprender”?
Na Escola da Ponte, os alunos estão responsavelmente unidos uns com os outros e, são co-responsáveis pelos aprendizados de todos, num regime de cooperação e integração. E para isto é utilizado vários espaços da escola, pois vai depender de quais recursos eles precisarão para construir suas aprendizagens (bibliotecas; computadores; saídas de campo; visitações, etc).
Ao final da palestra, todos os presentes o aplaudiram de pé, e entenderam a mensagem, de que A UTOPIA É POSSÍVEL!!!! Pois ela foi e está sendo vivida na Escola da Ponte.

REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA !


A proposta de analisar, crítica e teoricamente, o planejamento realizado na interdisciplina de Questões Étnico-Raciais, fez com que me desse conta da importância de trabalharmos numa perspectiva de múltiplas culturas, raças e etnias. Pois vivemos num mundo onde a diversidade está presente em todas as esferas, e sentir-se valorizado por isso é algo que precisa ser trabalhado; uma vez que o que a sociedade atual aponta é para uma homogeneidade que nos descaracteriza e nos massifica. Por isso, a Escola não pode se eximir de sua responsabilidade e influência dentro do processo de construção da identidade e da auto-estima da criança, como um ser individual e único.
Mas vemos que para cada etapa da vida existe necessidades que se diferenciam a medida que o sujeito cresce. Na educação infantil, área em que atuo, percebe-se que é de fundamental importância o tipo de relação afetiva que esta criança vai ter, e como esta vai incorporá-la, pois isto tudo irá, sem dúvida nenhuma, marcar sua auto-imagem, sua identidade e, consequentemente, seu desenvolvimento. É neste período da vida que a criança vai iniciar a sua construção de valores, de conceitos sobre o mundo, e com isto vai assimilando o que entende como belo, como feio, como bom, como o mal, se sou querido ou não, se gostam de mim, entre tantos outros.
Neste sentido faz-se indispensável, que nós educadores, passemos, em nosso fazer pedagógico, a contemplar e valorizar as questões das diferenças, da pluralidade e da miscigenação dentro do nosso dia-a-dia, para que estes sujeitos, mesmo pequeninos, possam crescer, respeitando e sendo respeitado, cada um com sua forma específica de bem viver. Onde a singularidade e a igualdade estejam no mesmo patamar de valores. E onde a discriminação e o preconceito não seja mais instalado já na primeira infância, como é feito hoje, e com isto torne-se arraigado em nossa cultura.
O fato de atualmente termos uma Lei (nº 10.639/03) que exige que trabalhemos a História e Cultura Afro-Brasileira, não é garantia de trabalho efetivo de fato, de mudança de consciência, mas são as atitudes efetivas e intencionais que irão demonstrar o comprometimento dos professores, para com a erradicação do preconceito racial.
Assim penso que é preciso compreender que romper com a lógica de uma cultura branca, que subliminarmente, entende-se como superior, não é tarefa fácil, pois para o educador adentrar nas relações étnico-raciais é, como disse o Professor Fernando Seffener, em uma aula, descobrir-se racista, e muitas vezes preconceituoso. Mas por outro lado, na figura do professor, não pode e não deve, estar a marca de um sujeito que vendo a discriminação e o preconceito para com outro sujeito (aluno), silenciar-se ou omitir-se. É preciso encarar de frente nossas diferenças e propor práticas inovadoras (diferenciadas) e igualitárias, que dê conta de contemplar as diferentes culturas e raças das quais fazem parte de nossa realidade.
Para isto, devemos revisitar o próprio ambiente escolar, e ver o que temos hoje nos cartazes, faixas, textos, gravuras, livros, brincadeiras, e perceber se estes contemplam as diferentes etnias e raças que fazem parte de nossa comunidade escolar. E refletir, conscientemente, se é possível que os diferentes sujeitos se reconheçam e sintam-se valorizados por suas características. E a partir desta reflexão mudar, e buscar construir uma escola/sociedade, que esteja visivelmente e profundamente voltada para a valorização da diversidade e que assim venha a se constituir em um espaço onde todos sintam-se igualmente reconhecidos e incluídos.

A HONRA DE CONHECER UM GRANDE EDUCADOR !



No sábado, dia 06 de junho,durante o XXI Seminário de Educação de Cachoeirinha, tive a honra de conhecer o ProfºJOSÉ FRANCISCO DE ALMEIDA PACHECO, como ele se intitula: "O Zé da PONTE". Pessoa calma, simples e um das figuras mais incríveis que conheci, e tal como nós, um idealista que acredita numa educação de qualidade. Seu currículo dispensa apresentações: Especialista em Música e em Leitura e Escrita, José Pacheco coordena desde 1976 a Escola da Ponte, instituição pública que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes. O pedagogo português, que se diz "um louco com noções de prática", é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Em uma próxima postagem vou pretenciosamente, sintetizar um pouco de suas colocações, para socializar o que conclui, depois de tudo que vi e ouvi, concluo que: A UTOPIA É POSSÍVEL!!!!!

CONAE 2010...



Esta Conferência, a meu ver, foi muito importante. Pois estávamos ali discutindo o que entendemos e queremos para a educação em nosso País. Durante algumas discussões senti uma certa crítica as Universidades Públicas que oferecem, em muitos de seus cursos, horários impróprios para quem trabalha. Mas vemos que esta realidade está mudando, basta ver o nosso curso, e tantos outros que a UFRGS oferece. Gostaria também de salientar que neste painel onde se debateu sobre o ensino superior, faltou muito conhecimento das pessoas que estavam dirigindo o debate. O público: pais, alunos, professores e gestores, alguns, destes, tinham um total desconhecimento do modo como as Universidades Públicas estão se articulando para ampliar suas vagas e favorecer aos alunos de baixa renda (oriundos de escolas públicas) a garantia do acesso, mas sobretudo, da permanência na Universidade.
Gostaria de salientar também, que fiquei surpresa com a visão de alguns professores que ainda estão arraigados a uma concepção de educação que prima apenas pela busca de habilidades e competências, voltada para o mercado de trabalho. Deixando absolutamente de lado a formação de um sujeito que pensa e seja capaz de escolher o seu próprio caminho!!!! Também me chamou a atenção a falta de participação dos colegas de nossa "classe", poucos expuseram suas idéias, aprofundaram o debate. O que ficou claramente exposto quando da eleição dos delegados (por segmentos), apenas 2 professores demonstraram o desejo de representar e levar as idéias e propostas para a Etapa Estadual. Este era um momento muito importante para a educação, pois estávamos tendo a oportunidade de dizer o que entendemos em relação: a qualidade da educação; gestão democrática; avaliação; diversidade; financiamento da educação; inclusão, entre outros assuntos pertinentes ao nosso dia a dia. Mas poucos se aventuraram em participar... Penso que precisamos sair da posição de crítica/vítimas e mostrar para a sociedade a importância de nosso trabalho, valorizar o que fazemos diariamente, pois só assim poderemos ter reconhecimento profissional. Nem nós educadores temos certeza de nosso valor, não nos vemos mais como importantes na formação desta sociedade, perdemos o brilho, a motivação... E isto não é de hoje.... É herança de muitos governos que nas "entrelinhas" reforça a NÃO importância da educação. E para algo desvalorizado, bons salários, investimentos são desnecessários. A mensagem que fica é que quanto mais medíocres os professores melhor... Assim eles não correm o risco de formarem seres pensantes, capazes de mudar o que está posto!
Mas nem tudo está perdido, existem alguns (poucos) que ainda lutam para fazer da educação uma ponte para a mudança... E fico feliz em fazer parte deste grupo que compõe o PEAD, pois acredito que estamos tendo uma formação de qualidade ímpar, e que está nos instrumentalizando para termos um novo perfil, não o do "operário" da educação, mas de INTELECTUAIS/PESQUISADORES.

TODO DIA É DIA DE ÍNDIO...


Esta semana, fomos convidados a mergulhar no mundo indígena... Na interdisciplina de Questões Étnico-Raciais na Educação, e gostaria de socializar meus novos aprendizados.
Pois confesso que desconhecia como este termo “índio” entrou no vocabulário dos próprios índios...

Vejam!!!

O texto de Gersen dos Santos Luciano,(disponível em: http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/etnico_raciais/os_indios_no_brasil.pdf) representante do povo Baniwa, é muito interessante e esclarecedor, e ao mesmo tempo nos mostra uma nova visão da constituição dos povos indígenas, que nós “brancos” impostamente os denominamos de “índios”. Pois o termo índio foi designado, pelos colonizadores portugueses, para as pessoas que habitavam o continente recém “descoberto”. A bem da verdade, não existe o povo indígena, mas cada “índio” pertence a um determinado povo, a uma etnia. Os índios, apresentam seus próprios critérios de auto definição, são eles: existência de uma história de existência pré-colonial; laços estreitos com sua terra; definição específica de sistemas sociais, econômicos e políticos; possuir uma língua e crenças definida; e entender-se como sujeitos diferentes do restante da sociedade nacional. Este termo “indígena/índio”, só foi aceito, por estes, após discussão, através do movimento articulado com seus pares, por entenderem que facilitava o sentido de unidade destes povos, e com isto fortaleceria todos os outros povos que também eram originários do território brasileiro, constituindo assim em uma unidade, passando a ser vista como uma marca identitária, que possibilitou a união destes povos em busca de interesses e direitos comuns. Isto explica o sentimento de parentesco existente entre os diversos povos indígenas, que convivem harmoniosamente com as diversidades, e que se constituem em uma multiplicidade de formas de vida coletiva e individual, dentro de seus grupos étnicos.
Hoje vemos um movimento social, no meu entender, ainda tímido, de reconhecimento e valorização da cultura indígena como sendo parte importante da diversidade racial e cultural do nosso País. Neste vemos, não só a sociedade reconhecendo os valores destes povos, mas uma busca dos próprios índios de reassumirem suas tradições, já que estes foram, no passado, “forçadamente” induzidos a renegar suas raízes e tradições para que pudessem sobreviver, e tentar escapar dos preconceitos e da discriminação. E que vem sendo amplamente trabalhado para a inversão destes estigmas, através da criação de organizações indígenas que buscam representar de maneira formal os interesses destes povos, e que contribuem fortemente para a recuperação da auto-estima do índio e de sua identidade como tal.
Podemos dizer que os povos indígenas brasileiros da atualidade, são hoje considerados como “sobreviventes” de uma triste história de colonização européia, e que buscam resgatar um lugar digno na história passada, mas também, escrever sua história presente como parte importante da cultura de seu País.
Neste sentido se faz necessário destacar a importância da Escola em trabalhar a valorização da cultura indígena, pois somente vamos mudar a imagem tão arraigada em nossas mentes, do índio como um ser sem cultura, incapaz, selvagem, preguiçoso, e que povoa apenas o imaginário, ou as páginas dos livros, com um trabalho sério de informação, de um envolvimento real com sua cultura, seus valores e costumes, e sobre tudo destacando sua importância na formação do povo brasileiro. Conhecer esta diversidade que compõe a cultura indígena faz com que passemos a compreender sua riqueza, seus saberes e seus costumes, e com isto, compreender seu estado de direitos, que necessitam de um olhar especial, como todos os cidadãos do País. Contrariamente ao texto, penso que hoje ainda vemos muitas pessoas pensarem no índio de forma pejorativa, como improdutivos, como seres que não gostam de trabalhar, que “optam” em viver a margem das rodovias ou nas praças de grandes cidades, pedindo esmolas. Pois estas pessoas, esquecem que somente resta à marginalidade, para aqueles que foram violentamente retirados de suas casas e terras, e que são vistos como incapazes para ser incluídos na tão “valorizada cultura branca”, tendo a mídia a favor desta cultura. Esta é a realidade de muitos índios que buscam as grandes cidades.
Por fim, temos que deixar estes preconceitos já ultrapassados, de lado e perceber a grande lição que podemos aprender com esta cultura, que é substancialmente diferente da nossa, mas que agrega valores a serem aprendidos e vividos por todos nós, como: o respeito incondicionalmente as forças da natureza, a valorização do papel socializador e educador da família, e principalmente pelo sentido de irmandade, solidariedade e fraternidade que permeiam suas relações sociais. São grandes lições a serem aprendidas por uma raça (branca) que deseja pretensamente ser entendida como seres evoluídos, nesta grande “Aldeia Global”.

QUEM FOI ADORNO...


Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno, foi um filósofo do século XX, que fez parte da Escola de Frankfurt.
A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta-se na perspectiva da dialética. Uma das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico.
A atual civilização técnica, surgida do espírito do Iluminismo e do seu conceito de razão, não representa mais que um domínio racional sobre a natureza, que implica paralelamente um domínio (irracional) sobre o homem; os diferentes fenômenos de barbárie moderna (fascismo e nazismo) não seriam outra coisa que não mostras, e talvez as piores manifestações, desta atitude autoritária de domínio sobre o outro, e neste particular, Adorno recorrerá a outro filósofo alemão - Nietzsche.
Na Dialética Negativa, Theodor Adorno intenta mostrar o caminho de uma reforma da razão mesma, com o fim de libertá-la deste lastro de domínio autoritário sobre as coisas e os homens, lastro que ela carrega desde a razão iluminista.
Opõe-se à filosofia dialética inspirada em Hegel, que reduz ao princípio da identidade ou a sistema todas as coisas através do pensamento, superando suas contradições (crítica também do Positivismo Lógico, que deseja assenhorar-se da natureza por intermédio do conhecimento científico), o método dialético da "não-identidade", de respeitar a negação, as contradições, o diferente, o dissonante, o que chama também de inexpressável: o respeito ao objeto, enfim, e o rechaço ao pensamento sistemático. A razão só deixa de ser dominadora se aceita a dualidade de sujeito e objeto, interrogando e interrogando-se sempre o sujeito diante do objeto, sem saber sequer se pode chegar a compreendê-lo por inteiro.
Essa admissão do irracional (segundo ele, pensar no irracional é pensar nas categorias tradicionais que supõem uma reafirmação das estruturas sociais injustas e irracionais da sociedade) leva Adorno a valorizar a arte, sobretudo a arte de vanguarda, já por si problemática - a música atonal de Arnold Schönberg, por exemplo -, porque supõem uma independência total em relação ao que representa a razão instrumental. Na arte Adorno vê um reflexo mediado do mundo real.
SITE CONSULTADO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Adornohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Adorno
"Quem quiser saber a verdade acerca da vida imediata tem que investigar sua configuração alienada, investigar os poderes objetivos que determinam a existência individual até o mais recôndito nela." (Adorno)

EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ !



Esta semana foi nos pedido refletir sobre o "Ensaio de Adorno", na interdisciplina de Filosofia. O texto, uma leitura um tanto difícil, mas que nos remete a várias reflexões. Nele temos inevitavelmente de analisar suas causas, suas origens, mas sobretudo, sua finalidade.

Passo agora a socializar minhas reflexões acerca do que li relacionando com educação, civilização e barbárie...

Iniciar com esta frase, que destaco do texto, se faz necessário... “Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial”.
O que aconteceu em Auschwitz, foi a personificação da barbárie e da prepotência de uma raça sobre outra. E sabemos que para que isto tudo tenha acontecido, nas proporções como foi, a educação foi a fonte que viabilizou esta triste passagem que marcou a raça Humana.
Vale lembrar que após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha sentia-se “excluída do mundo”, a partir daí, para sair desta condição de exclusão, e incutir numa geração que foi rechaçada, a idéia de que o mundo estava errado e que eles sim eram os melhores, mais inteligentes, mais capazes, e no ápice da inconsciência, que pertenciam a uma “Raça Pura”, foi um passo. E qual seria o lugar onde esta idéia de soberania poderia ser forjada? A Escola.
Não existe erro, trabalhar as crianças desde a primeira infância foi/é o instrumento mais eficaz de formação de um sujeito. E o que aconteceu em Auschwitz é prova disto. Voltar a este estado de coisas é possível, pois como diz o próprio texto, “Auschwitz é a própria recaída; a barbárie subsistirá enquanto as condições que produziram aquela recaída substancialmente perdurarem”. Hoje continuamos a ver a exclusão acontecer diante de nossos olhos, tendo como foco o desrespeito a diversidade, o sentimento de superioridade racial, entre outros preconceitos, de maneira muitas vezes veladas, ainda serem vivenciados. Enquanto a sociedade que está ai, permanecer com a ideologia capitalista e seus pressupostos, Auschwitz , sim, é possível de acontecer novamente.
Pois vemos nossa sociedade ainda ser formada dentro de valores excludentes, o Ter se sobressaindo ao Ser; raças produzindo falsa superioridade; marginalização dos que, a eles apenas restaram apreciar os que esbanjam “poder” e dinheiro; padronização da vida; de costumes; de como vestir; com quem andar; enfim, dita padrões de comportamentos. E a conseqüência disto, é a alienação, que escraviza e que remete a alguns a margem, a se sentirem fora do “jogo”. A falta de consciência dos homens, os deixam suscetíveis a se tornarem instrumentos de manobra, na mão daqueles que desejam estar no poder. Com isto, ao retornar ao texto, podemos ter a certeza de que o fascismo, não teve a ver com razões psicológicas, mas com questões sociais de exclusão.
Ao trazer para o contexto da educação, percebemos a mesma paridade ideológica, aplicada ainda hoje em nossas escolas, a qual Paulo Freire denomina de Educação Bancária. Esta tem em sua constituição o controle, o condicionamento, que ressalta a reprodução, a não reflexão, o automatismo. Isto tudo, está a serviço da manutenção do contexto (social, político) que oprime e que emana como mensagem, a impossibilidade da transformação, ou seja, o sujeito não se vê capaz de mudar, não vê perspectivas. Ao impedir a criatividade, a reflexão e a crítica do sujeito, estamos inevitavelmente negando a condição de existir enquanto ser. Esta é a educação que aprisiona, que escraviza. A educação libertadora, como aponta Paulo Freire, trabalha com o oposto, com a liberdade, com o respeito as diferentes saberes, e sobretudo, com sua ação no mundo. Somente mudaremos esta sociedade quando a educação estiver verdadeiramente comprometida com a formação de cidadãos (sujeitos pensantes, críticos), como agentes de mudança e como protagonistas da história.
Tenho convicção de que, a educação apresenta um papel fundamental na ruptura desta estrutura, pois deve servir para a busca de uma consciência reflexiva crítica, onde a autonomia no pensar fará com que os sujeitos possam por si só avaliar e escolher o que entendem como certo e errado. Trabalhar para que a liberdade de ser e de estar, possa constituir-se em um direito a ser vivido. E este trabalho deve começar desde cedo, lá na educação infantil, para que a criança possa crescer com o ideal de igualdade arraigado em sua consciência, para que possamos abolir, desta sociedade, o preconceito contra todos que por hora são tachados de “diferentes”. Onde não mais haja segregação de qualquer ordem, onde o respeito ao ser humano esteja acima de qualquer ideologia.