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TEMAS GERADORES EM QUESTÃO!


Trabalhar com TEMA GERADORES é sem dúvida, um desafio extremamente prazerosos, pois deixa-se de lado a frieza das metodologias tradicionais, para adentrar em uma pedagogia da autonomia, da esperança.
Porque esta proposta parte de um outro princípio, o das relações sociais, lineares, de parceria. Com isto muda a relação professor-aluno, e mais, muda o foco, o olhar passa a ser para o aluno.
Sempre acreditei que para desenvolver um trabalho pedagógico coerente e eficaz, deveríamos buscar realmente conhecer o aluno, saber o que pensa, conhecer sua realidade, compreender sua história... E então, a partir daí, buscar construir conhecimentos significativos, que fizessem sentido, e que estivessem recheados da realidade dos alunos, dos seus saberes e de suas interações.
Concordo com Paulo Freire, quando diz que: “Não basta saber ler mecanicamente ‘Eva viu a uva’. É necessário compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir uvas e quem lucra com esse trabalho.”
Ou seja, é preciso desenvolver um trabalho que favoreçam a reflexão, e com isto conduzam os alunos a caminhos que os levem a ação!

*SEU NOME É JONAS*


Esta semana eu e meu grupo do PEAD tivemos que realizar uma atividade...
Precisávamos ver e analisar o Filme: Seu nome é Jonas.

O filme, se passa em meados dos anos 60, mas encontra-se, infelizmente ainda atual.
A história de Jonas fez com que percebêssemos o preconceito, a discriminação, que nossa sociedade tem por aqueles que se diferenciam dos padrões ditos “normais”. Jonas era surdo, e por conta disto, foi tachado por retardado, foi rejeitado, excluído do convívio familiar e social (foi internado), foi obrigado a falar! E ao ir para uma escola impedido de usar a língua própria para surdos, a LIBRAS, sob pena de ser considerado surdo, pelo resto da vida!

Ora, como nossa sociedade consegue ser tão perversa, obrigar que um sujeito negue sua própria identidade ? Incutindo valores de bom e belo apenas aqueles que “mostram-se iguais"?

Ser surdo ou cego, não significa serem deficientes...

Porque deficiência é uma condição que limita a pessoa. Para nós, significa apenas uma ausência de um dos sentidos, a visão ou a audição, e que por conta disto, necessitam compensar esta ausência com uma outra forma de expressão.

Acreditamos, piamente, que a incapacidade e a deficiência, está sim nos olhos e ouvidos daqueles que não respeitam a diversidade!

*EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM QUESTÃO!


Ao ler o que Regina Hara fala sobre o desafio de alfabetizar adultos, passei a questionar-me sobre o assunto.

Será realmente interessante que TODOS os sujeitos sejam alfabetizados, no sentido ideológico? Será que a sociedade em que vivemos quer que TODOS os sujeitos pensem criticamente e sejam autônomos em seu pensar?

Se pararmos para pensar e analisar o contexto da alfabetização de Jovens e Adultos no Brasil, vemos que por traz do analfabetismo existe uma forte força política, que diz que luta para erradicar o analfabetismo, mas por outra via condena a ignorância uma sociedade, através de políticas que em nada contribuem para o desenvolvimento pleno de seus cidadãos. Pois, quais sã as políticas de valorização do profissional que atua nesta área? Quais são os recursos financeiros que são destinados a esta parcela da população? Se até a merenda escolar até pouco tempo eles não poderiam ter acesso?

O que tiramos disto tudo é que, pensar coloca em risco a continuidade do que vemos hoje na sociedade e na política. O que nos dá a certeza que quanto mais analfabetos melhor para aqueles que desejam continuar no poder...

Por isso a importância da EJA, ela é, a meu ver, uma tentativa de resgatar uma dívida que nossa sociedade tem com esta parcela da população, que por várias razões estiveram por muitos anos fora do espaço escolar, e hoje retornam para tentar resgatar a sua cidadania