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REPENSANDO TARDIF


Ao revisitar a interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade: uma abordagem sociocultural e antropológica, no eixo I, tive o prazer de reencontrar Tardif. Este fala com muita clareza e profundidade do ser professor e de seu trabalho docente.

Na escrita de meu TCC venho escrevendo sobre o professor enquanto profissional que necessita estar sempre em constante atualização, e por isso é alvo de muitas críticas em função de dificuldades que muitos encontram neste âmbito.

Tardif, vem nos falar de que muitos questionam a qualidade do trabalho do professor, principalmente a classe política, a mídia e os “intitulados formadores de opiniões”. Mas coloca que para compreender a natureza deste trabalho devemos ultrapassar o sentido simplório da análise, do senso comum, que dizem: o professor não quer atualizar-se; não se preocupa com a qualidade do ensino; a escola é ruim porque os professores são ruins,...E assim, por diante. Tardif coloca que: “(...) o magistério merece ser descrito e interpretado em função das condições, condicionantes e recursos que determinam e circunscrevem a ação cotidiana dos profissionais” (grifo meu).

Reforça também que a Pedagogia “(...) não é uma categoria inocente, uma noção neutra, uma pratica estritamente utilitária: pelo contrario, ela é portadora de questões sociais importantes e ilustra, ao mesmo tempo, as tensões e os problemas de nossa época que se encontram vinculados à escolarização do magistério”.

Pensar no que Tardif nos traz em sua análise, permite que nós passemos a olhar melhor a questão da formação do professor, pois nos damos conta de que a falta de investimento na e para a educação, bem como na formação de professores é algo que está intrínseco no sistema vigente, prova disto é a falta de políticas públicas que venham efetivamente garantir uma educação de qualidade para todos os cidadãos. Portanto, não devemos colocar sob os ombros dos professores toda uma carga de culpa quanto ao nível do ensino, pois ele tanto quanto a população são vítimas de projetos ideológicos partidários, onde os interesses de alguns ecoam mais alto do que os anseios de toda uma sociedade.

Em tempos de eleição só não enxerga quem não quer!

TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. Cap. 3. p. 112 – 149. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003.

Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf acesso em 19/09/10 às 14:23

1 Response to "REPENSANDO TARDIF"

  1. Patrícia_Tutora PEAD says:
    23 de setembro de 2010 às 15:50

    Neila querida,

    Como sempre ótimas postagens! Fizeste uma bela busca e reflexão do assunto.

    É bem isso que esperamos de vcs!

    Abraços