Ao ler o que Regina Hara fala sobre o desafio de alfabetizar adultos, passei a questionar-me sobre o assunto.
Será realmente interessante que TODOS os sujeitos sejam alfabetizados, no sentido ideológico? Será que a sociedade em que vivemos quer que TODOS os sujeitos pensem criticamente e sejam autônomos em seu pensar?
Se pararmos para pensar e analisar o contexto da alfabetização de Jovens e Adultos no Brasil, vemos que por traz do analfabetismo existe uma forte força política, que diz que luta para erradicar o analfabetismo, mas por outra via condena a ignorância uma sociedade, através de políticas que em nada contribuem para o desenvolvimento pleno de seus cidadãos. Pois, quais sã as políticas de valorização do profissional que atua nesta área? Quais são os recursos financeiros que são destinados a esta parcela da população? Se até a merenda escolar até pouco tempo eles não poderiam ter acesso?
O que tiramos disto tudo é que, pensar coloca em risco a continuidade do que vemos hoje na sociedade e na política. O que nos dá a certeza que quanto mais analfabetos melhor para aqueles que desejam continuar no poder...
Por isso a importância da EJA, ela é, a meu ver, uma tentativa de resgatar uma dívida que nossa sociedade tem com esta parcela da população, que por várias razões estiveram por muitos anos fora do espaço escolar, e hoje retornam para tentar resgatar a sua cidadania
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6 de outubro de 2009 às 06:56
Pois é Neila, trouxeste uma questão importante, um povo com educação, sabedoria e pensamento crítico pode oferecer muitos riscos a uma estrutura mantida pela dominação de alguns.
Partindo dessa reflexão, como deve ser pensado o currículo da EJA? O que pensas sobre isso?