Pages

É TEMPO DE REPENSAR APRENDIZAGENS !!!

Ao voltar ao "passado", lá no início do PEAD, nos eixos 1, 2 e 3, que fiz em dois semestres apenas, pois entrei na segunda turma, sinto que estes foram cuidadosamente selecionados para nos encantar...
Era o início de um GRANDE DESAFIO, voltar a estudar depois de uma parada de looooongos anos...
E foi marcado de muitas aprendizagens... Afinal todo dia é dia de aprender!!!

Das aprendizagens que destaco como mais significativas nestes eixos, diria que no primeiro foi a que se refere ao "Ser professor". Fomos convidadas a re-pensar nosso papel, sob a luz de Tardif e Paulo Freire, e vimos à grandeza de nossa profissão e o desrespeito com que muitos a veem. Das provocações com que estes autores nos apresentavam, fizeram despertar em mim uma nova consciência, agora mais crítica, dos processos condicionantes que a escola e seus profissionais vieram/vem sofrendo ao longo da história de nosso País. Hoje consigo compreender, mas não aceitar, os caminhos que a educação foi trilhando subjugada a uma ideologia de dominação, de exclusão, de injustiça. O conhecimento é uma “moeda”, e é exatamente por seu poder/valor, que ele foi e é elitizado. Sim, porque hoje, as escolas públicas, carentes de recursos, de profissionais atualizados, pedem socorro, agonizam em meio a cadeiras e classes quebradas, paredes pichadas, e a alunos e professores desmotivados! Enquanto as escolas particulares, que acolhem os filhos dos mais abastados, contam com toda a sorte de recursos, de profissionais altamente qualificados, e com uma estrutura digna de educandos.

Mas hoje consigo perceber este grande “abismo” que separa a escola pública da particular... E ver que estas diferenças tem um sentido e um objetivo, não é uma simples coincidência, ou meramente “falta” de recursos. Dentro desta ideologia dominante, para os pobres resta uma escola sem muitos recursos e profissionais igualmente qualificados, pois a eles não “espera-se” quase nada, apenas continuarem sendo objeto de manipulação e manobra nas mãos daqueles que desejam estar continuamente à frente do poder!

Nesta lógica, passei a entender melhor o porquê da falta de investimentos na educação, na formação e remuneração de professores...

Mas acredito que esta realidade de dominação está mudando, não porque mudaram as forças de dominação, mas porque hoje vemos muitos professores que “despertaram”, que apesar da falta total de recursos, trabalham incansavelmente para que seus alunos tenham uma educação de qualidade, onde a autonomia do pensar e agir, se constitua,m em instrumentos de luta, de desalienação, enfim, lutam para que todos tenham acesso a uma educação, não que aprisiona, mas que liberte, que emancipe, e que transforme! Este é o grande legado de Paulo Freire.

O outro eixo nos fez brincar, voltar a ser criança e a olhar o nosso fazer como fonte de prazer... Mas nos mostrou o quanto à escola pode reproduzir valores capitalistas de dominação, que de nada acrescenta a formação dos sujeitos. Vimos nas interdisciplinas de música, de ludicidade, de artes, o quanto a escola se deixa condicionar por uma sociedade que quer vender a qualquer preço seus produtos, e passa a reproduzir músicas que a mídia nos impõe uma vez que passam a rodar incansavelmente nas rádios; consumir brinquedos porque é da marca de uma celebridade; de propagar a idéia de que a TV é uma importante fonte de cultura, entre outras.

Com isto penso que não aprendi nada que não tenha visto antes, algo novo, mas aprendi a pensar criticamente sobre a realidade e os fatos dos quais estamos envoltos; e desta forma ter o discernimento e a intencionalidade libertadora em meu fazer pedagógico!

REPENSANDO TARDIF


Ao revisitar a interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade: uma abordagem sociocultural e antropológica, no eixo I, tive o prazer de reencontrar Tardif. Este fala com muita clareza e profundidade do ser professor e de seu trabalho docente.

Na escrita de meu TCC venho escrevendo sobre o professor enquanto profissional que necessita estar sempre em constante atualização, e por isso é alvo de muitas críticas em função de dificuldades que muitos encontram neste âmbito.

Tardif, vem nos falar de que muitos questionam a qualidade do trabalho do professor, principalmente a classe política, a mídia e os “intitulados formadores de opiniões”. Mas coloca que para compreender a natureza deste trabalho devemos ultrapassar o sentido simplório da análise, do senso comum, que dizem: o professor não quer atualizar-se; não se preocupa com a qualidade do ensino; a escola é ruim porque os professores são ruins,...E assim, por diante. Tardif coloca que: “(...) o magistério merece ser descrito e interpretado em função das condições, condicionantes e recursos que determinam e circunscrevem a ação cotidiana dos profissionais” (grifo meu).

Reforça também que a Pedagogia “(...) não é uma categoria inocente, uma noção neutra, uma pratica estritamente utilitária: pelo contrario, ela é portadora de questões sociais importantes e ilustra, ao mesmo tempo, as tensões e os problemas de nossa época que se encontram vinculados à escolarização do magistério”.

Pensar no que Tardif nos traz em sua análise, permite que nós passemos a olhar melhor a questão da formação do professor, pois nos damos conta de que a falta de investimento na e para a educação, bem como na formação de professores é algo que está intrínseco no sistema vigente, prova disto é a falta de políticas públicas que venham efetivamente garantir uma educação de qualidade para todos os cidadãos. Portanto, não devemos colocar sob os ombros dos professores toda uma carga de culpa quanto ao nível do ensino, pois ele tanto quanto a população são vítimas de projetos ideológicos partidários, onde os interesses de alguns ecoam mais alto do que os anseios de toda uma sociedade.

Em tempos de eleição só não enxerga quem não quer!

TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. Cap. 3. p. 112 – 149. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003.

Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf acesso em 19/09/10 às 14:23

PENSANDO A MINHA FORMAÇÃO ...

Ao voltar ao segundo semestre percebo a grande importância que a interdisciplina de Tecnologia da Informação e Comunicação teve em minha formação. Voltar a ela possibilitou-me compreender muito do caminho que percorri com o uso das tecnologias em minha vida pessoal e profissional. Foi a partir dos muitos desafios em usar as tecnologias na educação, que atualmente avaliando meu trabalho em minha escola é que compreendo o analfabetismo digital ao qual me encontrava, e o quanto construí novas aprendizagens, o que me dá segurança hoje em dizer que o PEAD foi o marco inicial de minha inclusão digital.

Sabemos que:

“Hoje a tecnologia permite que se tome contato com a realidade indiretamente. A relação do educando com a realidade não se limita mais à sua experiência pessoal e ao que a escola e a família lhe proporcionam, administrando a informação e os modelos de interpretação da realidade. As fontes de informação estão muito mais diversificadas e a escola tem o dever de estimular novas formas de experimentação e criação dos educandos; para que essa função seja cumprida, os professores devem estar capacitados para tal, principalmente quando esse ensino for feito a distância via rede de computadores, porque suas características são diferentes das que estamos habituados no ensino presencial”.[1]

Assim vejo que esta formação tão necessária exige do educador uma nova postura frente a sua profissão, a de buscar atualizar-se, capacitando-se para interagir com uma nova geração de educandos, os nativos da era digital!


[1]http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=11&texto=1533

RELEMBRANDO AS TICS


Quando iniciei minha escrita do TCC, vinha refletindo como realmente se deu o início da inclusão tecnológica no Brasil, e mais precisamente na educação, então ao voltar ao Eixo I na interdisciplina Educação e Tecnologia da Comunicação e Informação, no texto sobre: Informática Educativa no Brasil: Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas, de Maria Candida Moraes, pude relembrar alguns acontecimentos e datas que marcaram este começo, que diga-se de passagem ,ocorreu a muitos e muitos anos atrás...

Era preciso reportar-se para 1971.

“Nessa época, o Brasil iniciava seus primeiros passos em busca de um caminho próprio para a informatização de sua sociedade, fundamentado na crença de que tecnologia não se compra, mas é criada e construída por pessoas. Buscava-se construir uma base que garantisse uma real capacitação nacional nas atividades de informática, em benefício do desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira. Uma capacitação que garantisse autonomia tecnológica, tendo como base a preservação da soberania nacional. (...) Naquela época, já havia um consenso no âmbito da SEI/CSN/PR de que a educação seria o setor mais importante (grifo meu) para construção de uma modernidade aceitável e própria, capaz de articular o avanço científico e tecnológico com o patrimônio cultural da sociedade e promover as interações necessárias.

Mas o que vemos hoje é que em muitas escola brasileiras se quer existe um PC. Analisando o sentido do início de uma inclusão tecnológica, e se pensarmos que a utilização de computadores na educação começou por volta dos anos 70, vemos que esta levou trinta anos para começar a chegar a minha escola. Embora os vários programas do governo para levar tecnologias para dentro das escolas, como por exemplo o Proinfo, que desde 2006 vem equipando a rede pública com laboratórios de informática e softwares, esta medida ainda hoje não alcançou a educação infantil. A inclusão tecnológica desta modalidade de ensino, hoje ainda depende exclusivamente da iniciativa e desdobramentos de seus profissionais que buscam através de doações, mobilizações, festividades, a aquisição de computadores tanto para seu uso quanto para o de seus alunos.

Ainda estamos engatinhando no sentido da inclusao digital realamente acontecer !!!!

Texto consultado: http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo1/tics_1/texto1_tematica1.html