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REFLETINDO SOBRE O FAZER PEDAGÓGICO E AS QUESTÕES RACIAIS !


Esta semana estava lendo a Revista Escola, a matéria intitulada: “ Educação não tem cor”, edição de novembro de 2004, e podemos ver que aproximadamente quase 15 anos atrás já falava-se em trabalhar as questões das diferentes etnias, para que pudéssemos combater o preconceito racial que existe em nossa sociedade.

Na educação Infantil, este trabalho deve acontecer sim, pois mesmo se tratando de crianças bem pequenas, é preciso que desde cedo foquemos nosso olhar para uma educação anti-racista.

Mas por onde começar? Já que o público é de crianças muito pequenas?

Penso que tudo deva começar pela valorização da identidade, no caso específico, da identidade negra. A criança precisa aprender a respeitar as diferenças de cada um, e para a criança negra é preciso que ela construa sua identidade com uma imagem positiva,valorizada de sua raça e de si mesma, e não marcada por rejeições e preconceitos infundados. Desta forma, a Escola deve lançar mão de estratégias que visem dar visibilidade a esta etnia, através do cuidado em apresentar livros de histórias, com personagens negros que representem bons exemplos; bonecas e bonecos negros; revistas que tenham personagens negros; as danças; os ritmos; a herança do povo negro para nossa sociedade (como: comida, música, hábitos...). Em suma, fugirmos do esteriótipo do negro escravo, vítima de toda sorte de sofrimentos.

Tudo isto vai auxiliar a criança a introjetar valores e fortalecer a aceitação e o respeito à cultura negra, construindo paulativamente sua identidade afro-brasileira !

DESDOBRAMENTOS DO MOSAICO ÉTNICO...

Após a confecção do mosaico e seus desdobramentos...., despertou em nós o desejo de conhecer a origem étnico-racial de nossos alunos. Para isto, decidimos investigar, mas agora em forma de pesquisa. Elaboramos duas questões para que os pais descrevessem suas origens e algo que caracterizasse sua etnia.
Após a tabulação da pesquisa, faremos um painel com o resultado e um gráfico. Queremos com isto, mostrar para nossas Comunidade Escolar, a RIQUEZA DA DIVERSIDADE CULTURAL que nos circundam, e a necessidade de trabalharmos estas questões desde a tenra idade, para que possamos num futuro próximo abolir com o preconceito e a discriminação racial, que tanto nos envergonham.

Esta é a meta de nossa Escola....

O CLUBE DO IMPERADOR, UMA GRANDE LIÇÃO...


O Filme “O Clube do Imperador” trata de uma história onde um professor de história de uma renomada Escola para rapazes, usa como didática, o estudo de lições morais a partir do legado de grandes filósofos. Tenta de todas as formas, mostrar para seus alunos a importância do caráter de uma pessoa na sua trajetória de vida. Mas mesmo mostrando aos seus alunos através de seus exemplos, o professor é, em vários momentos da história, levado a assumir algumas atitudes, que vão conflituar sua consciência no decorrer da trama.
Na interdisciplina de Filosofia foi nos proposto avaliar um dos conflitos morais dos quais o Professor se deparou. Mas avaliar a atitude do Professor, não é uma tarefa simples, pois julgar alguém, quando estamos fora da situação não é problema, mas quando estamos envolvidos sentimentalmente com algo, e temos que tomar uma decisão, em público, e desta decisão, expor pessoas e uma instituição, é algo extremamente delicado. Creio que a atitude do Professor, de não declarar publicamente que seu aluno estava colando durante a competição, foi uma atitude contra seus princípios morais, e a favor de seus interesses pessoais. A meu ver, devemos sempre fazer nossas escolhas balizadas com o que entendemos do que é certo e verdadeiro. Nossa consciência é que fará esta avaliação se é correta ou não nossa atitude. Creio que se o Professor, que tanto exigia de seus alunos retidão de caráter, não poderia, por interesses ou subordinação, compactuar com uma mentira. Quando assumimos uma postura e exigimos dos que nos rodeiam as mesmas atitudes, não podemos vacilar, sob pena de nos incluir no velho ditado: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Ou seja, uma FALSA MORAL !

REPENSANDO APRENDIZAGENS...

Na semana que passou tive que realizar uma atividade, dentro da Interdisciplina de Psicologia II, e esta me fez refletir em muitas coisas... Era necessário pensar numa aprendizagem já construída. Logo que foi sugerida esta atividade, lembrei-me da experiência que tive durante a elaboração do Projeto de Aprendizagem, realizada na Interdisciplina do Seminário Integrador, no eixo 5, no PEAD, no ano de 2008. Foi quando durante a busca da resposta à questão: Como a tecnologia e as novas mídias podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, além de aprender como esta ocorre e como se dá em algumas escolas; também aprendi como se constrói, de maneira colaborativa, um projeto de aprendizagem de forma virtual. No decorrer deste processo de construção, foram utilizados alguns materiais que foram fundamentais para a elaboração do trabalho, e consequentemente, das aprendizagens. Foram eles: Computador; Windows onde foram utilizados os aplicativos: word, excel, windows media player; Pesquisas na internet, em livros e revistas; Instrumento/questionário para pesquisa de campo; programa para construção de mapa conceitual (Cmap tools). Este Projeto exigiu de cada membro do grupo que realizasse uma vasta pesquisa em sites, livros, revistas, pois era necessário buscar indícios que comprovassem ou não nossa pergunta (hipótese). Também durante a pesquisa de campo e a entrevista, pudemos constatar através das respostas (tabulação dos dados) e relatos, como esta realidade está ocorrendo de fato nas escolas quanto na vida das pessoas. Foi necessário montagem de gráficos; elaboração de um mapa conceitual individual e coletivo; discussões em fórum; construção de wiki coletivo; construção de um quadro com dúvidas e certezas; construção de texto colaborativo; construção de um vídeo-show. Durante todo este processo de construção em que estávamos inseridas, a cada nova descoberta íamos analisando os dados, refletindo sobre os mesmos e individualmente organizando nossas “idéias” (acomodando) para posteriormente socializarmos com o grupo. Este movimento exigia de nós uma postura frente aquele conhecimento específico, e por tanto, era necessário que expusesse ao grupo quais eram nossas impressões e conclusões, ou seja, nossas aprendizagens. Para que pudéssemos avançar em nossas aprendizagens, foram necessárias algumas reflexões que nortearam o trabalho. Como por exemplo: Entender de que forma a Tecnologia poderia ser vista como mediadora no processo de ensino-aprendizagem e quais as suas aplicações no dia-a-dia na vida dos sujeitos que a usam e no cotidiano da Escola; que papeis os professores e alunos desempenham em ambientes virtuais de aprendizagem; qual a influência das tecnologias como fator essencial na inclusão e permanência do aluno na escola, garantindo ao aluno o acesso a inclusão digital; a importância de entender a aprendizagem do sujeito como aquele que toma em suas mãos as informações ou conhecimentos específicos construídos anteriormente e os modifica através da acomodação, desacomodação, interação, erros e acertos construindo de maneira colaborativa novos conhecimentos; que um projeto de aprendizagem é um exercício intencional; que ao interagir social e colaborativamente com o grupo na busca de respostas e sanar dúvidas, o sujeito se torna mais criativo e flexível enquanto se socializa, socializa o conhecimento; que ao “viver”, um Projeto de Aprendizagem, percebe-se que este se dá de forma individual, apesar de ter sido realizado em grupo cada uma encontrou suas respostas, clareou suas dúvidas, confrontou seus medos e incertezas, se identificou com diferentes instrumentos e, pode no final, construir seus conhecimentos acerca das tecnologias ligadas a educação, mas sobretudo, como se dá, de fato, a construção de um projeto de aprendizagem; que é preciso aprender muito sobre as interações que se estabelecem virtualmente; sobre o tempo e o espaço de cada aluno (aqui no caso nós); sobre os papéis que cada um desempenha em uma construção coletiva; sobre a importância das relações e da colaboração neste universo. E que uma nova forma de lidar com o espaço e tempo surge para dar conta destas novas relações e interações que estão emergindo deste desafiador universo virtual. Todos estes aprendizados partiram de conhecimentos prévios, dos quais consistia basicamente quanto: qual a estrutura de um projeto de aprendizagem (o que deveria compor); conhecimentos básicos de informática, para poder utilizar todas as ferramentas que foram necessárias no projeto e como se dá a aprendizagem nos sujeitos. Mas sobre tudo se constituindo em uma experiência riquíssima de aprendizagem, onde mais do que aprendermos sobre as novas mídias, aprendemos uma nova forma de trabalhar de maneira desafiadora, através dos PROJETOS DE APRENDIZAGEM de forma virtual. E automaticamente lembramos muito de Piaget.... Quando refere a assimilação e a acomodação nas relações com a afetividade quando nos aponta que não há trabalho sem necessidade; não há ato de inteligência sem pergunta, quer dizer, sem experimentar a sensação de uma lacuna, portanto, sem desequilíbrio (PIAGET, 2001, p. 20). Na trajetória de um PA, o grupo compartilha experiências na busca de resolver suas dúvidas, se configurando numa convivência diferente de uma posição individual e a relação passa a ser de cooperação. Este foi sem dúvida um grande desafio... Aprender com o outro numa perspectiva de interação e colaboração ! Mas valeu... A obra final de nosso PA, deixou-nos orgulhas de nossas aprendizagens!!!

OUTRA EXPERIÊNCIA DE PROJETO DE APRENDIZAGEM QUE DEU CERTO...
VEJAM...

AINDA SOBRE O MOSAICO !

Esta atividade, que começou despretenciosamente, está servindo para que toda a Comunidade Escolar da EMEI Fada Madrinha, possa enxergar a diversidade que compõe cada ser, suas origens e trajetórias, e perceber que o que somos hoje está de alguma forma vinculada ao passado, ligado com um fio invisível ao qual estamos presos e ao qual fazemos parte desde que nascemos. Confirmando o que dizem as autoras Ana Maria Petersen, Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos, no texto Semana Indígena: Ações e Reflexões Interculturais na Formação de Professores, “Isso nos indica que há uma continuidade no modo de estar indígena, que não foi destruído completamente e que permanece em nós, assim como nas aldeias indígenas brasileiras, que mantém sua língua, a tradição oral, seu modo de viver, entre outros elementos que expressam suas concepções de mundo, inspiradas na ancestralidade e re-atualizadas no presente”. Tal como os índios, nós, seres de “múltiplas raças” também estamos de certa forma, envolvidos neste sentido de continuidade, e valorizar isto, fará com que a semente de nossa ancestralidade persista pela “eternidade”.
Creio que todos nós, devemos parar e repensar nossas “verdades” e “certezas”, olhando de frente para nossas diferenças, para que possamos cada um com seu talento, contribuir para construção de uma sociedade que assuma suas múltiplas etnias, culturas e crenças, e que venha a valorizar a todos enquanto seres humanos, sem distinção de raça, credo, cultura, sexo ou posição social.

DIVERSIDADE NA ESCOLA !

MOSAICO-ÉTNICO-RACIAL

A proposição desta atividade, na interdisciplina de Questões Étnicos Raciais na Educação, inicialmente causou-me certa apreensão, já que no momento não possuo uma turma e meu trabalho concentra-se na coordenação pedagógica de minha escola. Mas após ver a possibilidade de adaptá-la para meu grupo de trabalho, tudo ficou mais fácil.
Minha escola já vem de uma caminhada em relação ao trabalho das questões étnico-raciais, mais especificamente, a questão da raça negra. Desenvolvemos desde 2006 um Projeto: “Valorizando a Identidade Negra no Cotidiano da Escola”, aonde viemos colhendo grandes frutos, já que várias ações foram desenvolvidas para que as pessoas que representam esta etnia tivessem visibilidade dentro do espaço escolar.
Escolhemos então o Mosaico Étnico-Racial para ser o deflagrador desta segunda fase do projeto.
Este Mosaico que foi construído coletivamente e contou com a ajuda e envolvimento de toda Comunidade Escolar, tornou-se um ponto de visitação, aonde aqueles que chegam são atraídos pela beleza da obra. Quando me refiro a beleza estou me referindo à diversidade que ressalta aos olhos e nos faz perceber a multiplicidade de raças, de particularidades e de identidades. Este foi sem dúvida um exercício de re-ligação com nosso passado, com nossos ancestrais, modificando nosso modo de olhar o passado e o presente.Toda Comunidade Escolar foi convidada a repensar sua ANCESTRALIDADE-SUA ORIGEM RACIAL !!!!

CONSTRUÇÃO COLETIVA DO MOSAICO

DECIDINDO A FORMA DO MOSAICO....

A DECISÃO SE DEU EM FORMATO DE MANDALA, POR ESTA IMAGEM SIGNIFICAR;
"A FORÇA QUE NOS REMETE A NOSSA ESSÊNCIA"!
A OBRA AINDA EM CONSTRUÇÃO...
Porque ela está sendo a cada dia "recheada" de histórias de vidas...

INCLUSÃO- FORMAÇÃO CONTINUADA




NA PAUTA: A INCLUSÃO !
Na semana de 6 à 9 de abril, toda a rede das escolas municipais de Cachoeirinha, desde a educação infantil até o ensino fundamental, fecharam suas escolas para pensar sobre “Inclusão”. Tivemos uma formação maravilhosa com a Professora Soraia Napoleão, da UFRGS de Santa Maria, onde foi possível debater sobre como este processo está acontecendo em nossas escolas. Nesta oportunidade a Professora Soraia, refere a inclusão como compromisso de toda sociedade. Falou que a escola precisa repensar seu caminho, rever seu PPP, para que possa trabalhar, realmente, na perspectiva dos alunos, onde supõe uma nova organização filosófica, curricular e avaliativa. Somos “preparados” para trabalharmos com o aluno ideal, e este nunca existiu, por isso, aponta para um novo enfoque, onde conteúdos pedagógicos e curriculares que possam estar voltados para o estudo e a compreensão das diferenças. E isto, requer que a escola pare e pense no seu compromisso ético e moral de atender a todos, com qualidade. Mas penso também que este compromisso não deva ser só por parte da Escola, mas do Estado, que se omite de sua responsabilidade em oferecer atendimento médico e especializado a estas pessoas especiais e seus familiares. Creio que só vamos avançar de fato, quando TODOS os envolvidos no processo de inclusão, ESCOLA, FAMÍLIA, ESTADO e SOCIEDADE, se comprometer e se responsabilizar por suas ações, ampliando sua perspectiva de visão para um mundo real, onde a diferença seja vista não como anormalidade, mas como parte da individualidade de cada uma. Ou seja, nem mais , nem menos, apenas diferente !
Vejo que a Escola, por sua vez, tem tentado fazer sua parte, mesmo com o despreparo dos professores, mesmo assim, ela está longe de ser uma escola inclusiva, estando hoje apenas fazendo ações inclusivas.