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*PENSANDO UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA SURDOS*



A luta pelo respeito à cultura surda é antiga, embora tenha evoluído nos últimos anos, vemos que historicamente o sujeito surdo é/foi discriminado e muitas vezes ignorados na sua diferença, uma vez que, durante muitos anos o oralismo predominou nas escolas de surdos, ocasionando, com isto uma visão equivocada da aprendizagem destes sujeitos; o que consequentemente serviu de fator de exclusão. Somando-se a isto, a presença de professores ouvintes na docência de alunos surdos não contribui de maneira global para o desenvolvimento das potencialidades destes alunos, já que para quem é ouvinte é difícil compreender na sua plenitude a cultura surda. Portanto, quando falamos em educação destas crianças, muitos fatores devem ser levados em conta; dentro disto, vale ressaltar que o inicio da escolarização de qualquer criança é um momento crucial, e mais ainda para as crianças surdas, por isso, é fundamental que esta iniciação se dê dentro de um espaço socializador, onde estas crianças estejam incluídas juntamente com outras crianças surdas e com professores surdos, de preferência, para que possam apropriar-se desde cedo da língua de sinais, construírem sua identidade surda e auto-imagem, de forma positiva. Isto tudo no intuito de trabalhar para que estes sujeitos não se reconheçam como deficientes, mas como sujeitos capazes que possuem uma particularidade apenas, de não ouvir, mas que não os impossibilita de estabelecer interações plenas e satisfatórias com o mundo.
Logo, entende-se que é preciso de fato rever as práticas estabelecidas até hoje para a educação de surdos, para que estes sejam incluídos em um ambiente próprio para o desenvolvimento de sua identidade e cultura, e para isto, entende-se que os professores que lidam diretamente com estes sujeitos, sejam preferencialmente surdos, pois desta forma, irão muito mais do que ser educadores, servirão de modelo e apoio, pois ambos possuem uma identidade surda, o que proporciona uma maior empatia e afinidade na relação professor-aluno. Esta sim seria a forma ideal de sua formação, do contrário o mínimo aceitável para que uma pessoa surda possa freqüentar uma escola regular é que esta se adéqüe e inclua a LIBRAS em seu currículo, e com isto ofereça a esses alunos os conteúdos através da língua de sinais. Para isto, faz-se necessário a figura do interprete em sala de aula (já que muitos professores não dominam a língua de sinais) ou de um professor especialista conhecedor desta língua, ou ainda, contar com a ajuda de um professor surdo, que venha a auxiliar o professor, uma vez que isto significa qualificar o trabalho, revelar uma postura inclusiva e dar sentido a frase tão usada, e tão pouco vivenciada que é a de garantir a acessibilidade de TODOS a uma educação de qualidade.

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